“A era de Mao foi um tempo em que cada desejo era ditado de cima, em nome da ideologia e da libertação. Em nome da ‘sagrada revolução’, a alma das pessoas era esmagada, era impossível falar em liberdade.”
Mao Tsé-tung nasceu em 26 de dezembro de 1893, na província de Hunan, no centro da China, filho de uma pobre família de lavradores. Na virada do século, o país estava devastado pela corrupção e diante do colapso econômico. A situação do último imperador diante das potências coloniais do Ocidente era desesperadora.
No jovem Mao, cresceu cedo o desejo de salvar a si, a família e, por fim, o próprio país. Ele jurou-se que, se um dia chegasse ao poder, reorganizaria tudo para proporcionar às pessoas aquilo a que tinham direito e criaria um novo mundo.
Após 22 anos de guerra civil e da campanha militar contra os agressores japoneses, Mao Tsé-tung e seu Partido Comunista subiram ao poder. O governo corrupto foi expulso em combates sangrentos. Com resistência e disciplina, o Exército de Libertação do Povo, dirigido por Mao, conseguiu suplantar a superioridade militar do Japão e dos Estados Unidos na Guerra da Coreia. E, em 1º de outubro de 1949, a República Popular foi finalmente proclamada em Pequim, sob o júbilo das massas.
Contradições da filosofia comunista
Começava uma era de contradições: por um lado, cantava-se a Internacional, que prega não existirem redentores. Por outro, Mao era aclamado como o salvador da pátria. Suas ideias comunistas eram veneradas como graça divina, que substituía tudo o mais: moral, filosofia e política. Na opinião de Zhao Fusan, teólogo chinês, essa idéia fracassou e, com ela, o Partido Comunista, pouco após a morte do líder, em setembro de 1976, quando acabou a Revolução Cultural.
Desde 1949, 30 milhões de chineses perderam a vida em campanhas políticas. Chegado o fim da última campanha maoísta, em 1976, a China estava à beira do colapso total. O povo revogava o ideal de Mao, de revolução contínua. Chegava a era das reformas, trazendo crescimento econômico, mas também corrupção em massa e injustiça social
9/9/2011, por Correio do Brasil
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