quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Poema - O padre entendeu



O padre não compreendeu
Porque uma criança choramingava
Ajoelhou e compadeceu
Era sua profissão que vingava

As débeis frases
Não tinham nexo
Chorava e falava em preces

O padre era comoção
Abraçou-a, tinha seis anos
Ele chorou, então,
Molhava as hóstias em pranto

Um espírito infantil murchou
O padre entendeu
O mundo a estuprou

Natuba-PB, 19.10.99

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Poema - No fim, enfim

No fim ao fim
Palavras e versos me traem para te agradecer
Tua lucidez que não surpreende a mim

Presenciei o surgimento de um escritor
Diria mais, diria maestro
Desta língua que te inspira dor e amor

És exemplo de dedicação e alegria
Vinga tua busca pelos meandros da saúde
Não te contenhas em bradar tua sabedoria
É magnífico teu poema, o meu, rude

Capricho em vão para te proporcionar
A mesma alegria de ler tua obra assim
E que a traição referida permita-me sonhar
No fim

07.03.98

"Hoje é um novo dia..." Será mesmo? Assista à reflexão de final de ano do Sindicato dos Médicos do Ceará.

Mais um ano se encerra, o desrespeito continua. Por isso os médicos do Ceará soltaram a voz para denunciar o estado precário, calamitoso, em que se encontra a saúde do estado. Pacientes morrem por falta dos materiais mais simples. Falta tudo, mas ainda sobra indignação para gritar bem alto que o horror continua.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Poema - Natimorto



Nasceu uma criança sem vida
Então, não nasceu
Deixar uma mãe deprimida
O pai, bem, este desapareceu

Não é ficção,
Rotina
Vida ao vivo sem perdão

A mãe jaz inerte, após a notícia
O pai descansa sem paz
Seu dia não precisava ser assim
Mas o destino assim faz

Sua vida tem mais uma chama
Tem outra filha
Doente, mas ama

Limoeiro-PE, 02.10.99

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Poema - Mundo Solidão

Procurar imaginar o mundo solidão
Seria feito de silêncio e amor
Todo ser amava e se fechava
Para o céu e para a flor

Paragens sem fim
Onde o tormento embrutecido sorria
Nos frágeis braços do espírito
Que era feliz quando adormecia

Agora não posso mais chorar
Sinto dores sem trauma
Algia que se instala por sonhos

Não sonho, enfim, pesadelo
É isto que me atormenta
No mundo solidão, vivê-lo

Recife, 23.09.99

Poema - Minha namorada

Minha namorada

Bela namorada
És mais que minha linda, amada
Luto por ti, bela namorada

A ti, meus esforços são prazerosos
Por ti, alegro-me em vencer
Após lutas em prantos copiosos
Por ti, alegro-me em vencer

Meu sonho não é utopia
Enquanto sorria
É um momento transcendente
Pura alegria

Débeis são meus poemas
Tentam em vão te impressionar
Não vingam nem dezenas
De vis rimas a te cantar

Sempre em vão te consolar
No entanto, você não quer consolo
Você almeja me amar
Sou apenas um tolo

Imprecisas são minhas lágrimas
Amor, saudade, qual razão?
Lembro-me dentre tuas dádivas
Só amar sem interrogação

01.03.98

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Sobrames/CE - Posse novos membros 2017

A diretoria da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional Ceará (Sobrames-CE) convida para a posse de seus novos ​membros e Confraternização Natalina.

Data: 11/12/2017
Horário: 19:30h
Local: Auditório da Unichristus (Av. Padre Antônio Tomás, 3404 - Cocó)

domingo, 3 de dezembro de 2017

Audiência Pública


Poema - Minha hora

Minha hora

Mais uma vez irei tentar definir
O que a caneta não consegue escrever
Eu sou e vou seguir
O resto aconteceu e vai morrer

Eu tento buscar outro caminho
Caminho este que não encontro
Sem precisar um carinho
Quiçá, galgar um canto

Três fontes há de saber
Físico é o forte
Mente para ser
Espírito de Lorde

Três gerações de perfeições
Criança incisiva
Adulto contra o não
Senilidade progressiva

Vou tentar mais uma vez
Vale a pena sofrer
Não faço outra vez
Abstraio-me para não perecer

Pode ser fácil ou vil
Não me importa agora
Esta estrada varonil
É parte de caminho, minha hora

Limoeiro, 25.09.00