Voar já não me encanta
Debruçar-me sob o céu também
Outrora, o sol me espanta
Agora, meu martírio me sobrevém
Peco por imaginar tanto
Carinho das flores do bem
Secura em meu pranto
Não se oculta, se mantém
Se já não posso voar
Também insisto em denegrir
A bizarra imagem do podar
No seio da ignorância que irá parir
É um triste desejo de ceifar
A inoperância do destino
Querendo me arrastar
Para longe de eu-menino
Não preciso seguir deduções
De débeis ensinamentos
Sujo, imundo, fedidas porções
Embriagam-me em tormentos
Estorvos nas traves do saber
Dilui o beneplácito beijo
De transgredir o ego e temer
Um triste desejo
Limoeiro, 25.09.99