sábado, 4 de novembro de 2017

Poema - Insônia

Insônia

Começo a sonhar
Começo a sonhar dormindo
Começo a sonhar dormindo atento
Começo a sonhar dormindo atento, então, me rendo

Descanso já se vai
Preciso de um tranquilizante, recomeço
Corro atrás do lençol, tropeço
Tento de novo com o travesseiro, mas escorrego

Voam palavras, invenções
Pula tudo, pulam emoções
Lembro acontecimentos, ações
Quero dormir, então, canções

Jogo conversa fora comigo
Já nem penso em que dizer
Vale tudo até se benzer
De uma triste hora sem merecer

Brinco de olhos fechados, sozinho
Ninguém para brincar juntinho
Nem este distante sono mesquinho
Vou brincar no meu ninho

Começa outro dia sem encantamento
Mentira, há encantamento
Desculpe-me, descontentamento
Insônia, ouve este lamento

24.02.98, às 3h30