sexta-feira, 17 de junho de 2011

Na Arábia Saudita, mulheres desafiam as autoridades e fazem campanha para poder dirigir

Mulheres na Arábia Saudita, um dos países que mais impõem restrições às atividades femininas, desafiarão hoje (17) a proibição que as impede de dirigir automóveis. A campanha designada Women2Drive utilizou as redes sociais Facebook e Twitter para convocar as mulheres sauditas. A Anistia Internacional apoia a iniciativa e cobra das autoridades sauditas garantias de direitos iguais no país.
Autoridades do país determinaram a suspensão das carteiras de motoristas internacionais das mulheres, depois que algumas condutoras desobedeceram às ordens locais e tiraram o documento no exterior. Em maio, as autoridades da cidade de Al Khobar prenderam Manal Al Sharif, uma assessora de segurança informática, de 32 anos, que optou por conduzir seu carro e estimulou amigas a dirigir.
No Leste da Arábia Saudita, Manal al Sharif foi obrigada a assinar um documento onde se comprometia a não dirigir mais. Só depois disso, ela foi libertada, depois de ficar 13 dias detida. Após este episódio, várias mulheres foram detidas por dirigirem em várias cidades do país. Elas acabaram sendo liberadas, depois da assinatura do termo de compromisso de que jamais voltarão a dirigir carros.
O subdiretor do Programa da Anistia Internacional para o Médio Oriente e Norte da África, Philip Luther, disse que as autoridades sauditas devem deixar de tratar as mulheres do país como “cidadãs de segunda classe e permitir que possam dirigir normalmente”.
“Não permitir que as mulheres dirijam na Arábia Saudita supõe uma imensa barreira à sua liberdade de movimento e limita severamente a capacidade para realizar atividades diárias, como o deslocamento para o trabalho, ao supermercado e buscar os filhos no colégio”, disse Luther.
Para o representante da Anistia Internacional, as autoridades não devem prender as mulheres que têm carteira de motorista e é preciso garantir que elas tenham os mesmos direitos dos homens. “Em muitas áreas significativas da vida, as mulheres da Arábia Saudita enfrentam graves discriminações e devem ser autorizadas a desafiar de forma pacífica o seu status quo”.

17/6/2011 6:10,  por Correio do Brasil

Blogueiros, organizai-vos! Mas nem tanto

Fala-se nos dias de hoje e podemos mesmo presumir que nas eleições presidenciais de 2002 alguns dos atuais blogueiros já eram de certa forma atuantes na blogosfera e, com seus pitacos, certamente deram uma colaboração ainda que modesta para a primeira eleição de Lula. Entretanto, foi só em 2010, mais precisamente em agosto, que esses precursores, junto com outros que foram surgindo desde então, puderam reunir-se formalmente. Em janeiro de 2009, a ideia de um encontro chegou a ser aventado no Fórum Social Mundial, de Belém do Pará. Mais tarde, em dezembro, ela foi relembrada no Fórum de Mídia Livre e meses depois num Sujinho paulista com cerca de dez ativistas blogueiros, aparentemente cutucados pelo jornalista Luiz Carlos Azenha foi finalmente aprovada, seria em São Paulo. Ele teria se inspirado nos blogueiros progressistas norte-americanos que aglutinaram-se numa cooperativa e conceberam o Netroots.

Um encontro similar a esse marco constituiu-se naquela noite em um objetivo daquele grupo. Em seguida foi a vez do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, fundado quase que na mesma ocasião, maio de 2010, à frente os blogueiros Altamiro Borges e Conceição Lemes, esta do blog Viomundo, mobilizar o universo de internautas em todo o Brasil. Finalmente, em 22 de agosto, sob o emblema “a liberdade da internet é ainda maior que a liberdade de imprensa”, que o sr. Ayres Britto, ministro do STF garantira, puderam então, ao final desse encontro, proclamar aquela que mais tarde seria conhecida como a Primeira Carta dos Blogueiros Progressistas.

É claro que, só porque essa Carta reconheceu a necessidade de integrar mais os blogues, de aprimorar a diversidade informativa, defendeu a neutralidade na rede, a regulamentação dos artigos da Constituição que tratam da comunicação, o combate sem trégua às formas de censura e proposto o acesso público e universal à banda larga, isso signifique que o projeto desafiante mais amplo de tornar mais democrático o espaço por onde hoje transitam as informações, o saber e a cultura já tenha sido edificado em seus termos estruturais, decorrido já quase um ano, quando cerca de 330 blogueiros e ativistas, oriundos de 19 estados, a redigiram e aprovaram-na por unanimidade.

Entretanto, ainda que aquela Carta produzida em 2010, tenha se imposto para esse grupo de entusiasmados blogueiros como necessária, ela só ocorreu por ter sido preparada por uma espécie de mutação que se verificou no campo da percepção de que a mídia impressa tradicional já não satisfazia inteiramente as exigências de setores mais conscientes e intelectualizados e portanto mais exigentes que na sociedade buscam informações de conteúdo mais denso e, principalmente mais merecedoras de crédito. A velha mídia, à qual estava sujeito quase todo o time de consagrados jornalistas, há pouco mais de uma década viu seu poder econômico e político começar a definhar em favor de uma nova geração de articulistas, os blogueiros, forjada no bojo do desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação verificadas especialmente no campo da informática, via internet. E se imaginarmos que em 1999, segundo o blogueiro Renato Rovai, não havia mais do que 50 blogues e em fins de 2010, segundo estudo da Technorati “State of Blogosphere”, citada por ele, já somavam mais de 130 milhões, não há dúvida de que "o fim da era do monopólio da informação, há muito já foi decretado".

A par dessa realidade - que não é nosso objetivo rever aqui -, trago à tona uma questão que também salta aos olhos. De que forma esses pioneiros da blogosfera começaram a se articular a tal ponto de, num tempo relativamente curto, tenha sido possível perceber que, de fato, essas novas mídias eletrônicas - e agora destaco as redes sociais que germinaram nesse mesmo período - começaram a fazer um contraponto jornalístico às opiniões e fatos divulgados pela imprensa tradicional - jornais, revistas, rádios e TVs - controlada por meia dúzia de famílias no Brasil?

Ora, respondo, simplesmente, não se articularam e ainda assim passaram a contribuir para que mudasse radicalmente a face da comunicação ao inaugurarem, de uma forma quase anárquica, um capítulo novo na história da modernidade ao recusarem organizar-se nos velhos moldes dos sistemas jornalísticos em que uma estrutura piramidal estabelece o conteúdo do que será impresso ou exibido, levando em conta quase sempre e apenas os interesses mercadológicos ou políticos do conjunto patronal que os dirige. Nada disso, respondem ainda os blogueiros, não há nenhuma "autoridade" acima deste cidadão ou cidadã, senhor ou senhora de suas opiniões, fontes e autores de suas próprias verdades porque são capazes de avaliar o mundo e os acontecimentos em volta, desenvolver com os olhos da inteligência, da honestidade, da ética e da boa-fé, uma intensa atividade civilizatória, livres e soberanos no exercício das suas razões, libertos das ordens emanadas de patrões e refletindo assim a imensa pluralidade de opiniões e valores existentes no conjunto da sociedade.

Está claro então que no horizonte da luta blogueira se interpõem uma nova "classe" em ascensão de comunicadores independentes, jornalistas, ativistas das redes, colaboradores e comentadores na trincheira dos seus blogues e microblogues, e a velha mídia, estruturada como fonte de receita e lucro, dependente dos esquemas tradicionais de produção, distribuição e consumo. Os primeiros, em espaços de debates múltiplos, não raro sobre um mesmo assunto, trocas e mais trocas de opiniões, o contraditório à flor da pele, o vai-e-vem de comentários, de concordâncias e discordâncias num ambiente dinâmico, ágil e gratuito, totalmente inconcebível quando se pensa nos diagramas engessados, de opiniões e relatos de mão e pensamentos únicos da imprensa tradicional, aquela que, por ter se partidarizado, inspirou o veterano jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim a cunhar a bem-humorada sigla PiG, do Partido da imprensa Golpista, inspirado naquilo ao qual o deputado Fernando Ferro (PT-PE) aludia enquanto analisava o papel que essa poderosa imprensa desempenhou em 2005-2006 - até então, ainda a única formadora de opinião -, tendo em mente a ideia de desestabilizar e depor o governo Lula, às voltas com o fantasioso esquema do "mensalão".

Mas engana-se quem imagina que, ao longo desse tempo, os blogueiros tornaram-se uma espécie de confraria, de uma seita ou de um partido político e daí teria advindo essa força que já incomoda tanto. Nada disso. Nenhum laço orgânico os une a não ser eventuais convergências de ideias, algumas metas comuns em decorrência de uma empreitada a ser levada a cabo, uma determinada atmosfera cultural ou política que os aproxima e os fazem participar de uma espécie de "espírito comum" ainda que tudo isso se manifeste através de múltiplos pontos de vista, em uma imensa variedade de blogues distintos, cada um portando sua "cara", como se fosse a marca própria da sua vitalidade e da aversão aos vícios e maus costumes dos grandes veículos da mídia tradicional que com o passar do tempo cristalizaram-se em torno do descomunal poder de quem eu chamo de "a grande família G.A.F.E. da imprensa", o onipresente quarteto, Globo, Abril, Folha e Estadão.

"O que fazem agora, esses blogueiros históricos de modo audaz, é tomar para si o necessário e autêntico protagonismo de quem escreve, diariamente, essa nova história que constroem com sua militância nacionalista, desinteressada, democrática, 'utópica'. Esses brasileiros audazes, que caminham 'sobre as águas desse momento', estão mudando a cara da comunicação no Brasil. Quem viver verá. O Brasil muda e a gente muda junto com ele", vibrou com acerto Lula Miranda, no sítio Carta Maior.

Assim, é com natural apreensão que vejo surgir na dimensão desses verdadeiros propagandistas e agitadores de uma nova era no campo da comunicação, alguns esboços de projetos que visam aglutinar os blogueiros em associações, cooperativas ou movimentos. Mal percebem que esses revolucionários, não necessariamente progressistas (ou pelo menos até que se acure melhor o significado do termo) que há 10 anos partiram para o assalto do poder midiático foram beber na fonte de um rico manancial de ideias que desde a aurora da humanidade teima em se manter viva no espírito de todos os povos e no de cada cidadão, a independência. A luta de cada um no sentido de dissipar qualquer ranço de arcaísmo oriundo da imprensa comercial fica evidente e logo transparece na ânsia de reconstruir com a sociedade um vínculo da lealdade que foi quebrado no instante em que aquela mídia abandonou seus compromissos com a verdade. E como já foi dito, essa reconstrução, para ser autêntica, para que represente de fato uma ligação umbilical com o novo, terá que ser múltipla, não se apresentar como um uno, como uma doutrina sistemática oriunda de um partido ou condomínio homogêneos, provedores de um aparato ideológico mais do que suficiente para que, em pouco tempo, se reproduzam os habituais rachas nessa "unidade na diversidade" e proliferem um sem número de associações, cada uma atada às idéias próprias de seu grupo partidário numa disputa que em nada traduzirá os anseios que a história lhes reservou como o seu momento: a construção de um antídoto a esse "porre que é o pensamento único" (L.C. Azenha), tão bem definido, pensamentos únicos que a partir daí encontrarão abrigo nos diversos agrupamentos, que passarão então a reproduzir entre os seus, os mesmos conflitos e as mesmas feições da mídia arcaica que está em crise e contra a qual tanto lutaram. Como quase sempre se constata entre as esquerdas o adversário original então cede lugar ao grupo ideológico vizinho que tendo desafinado num parágrafo do texto ou numa esquina da luta tornou-se o inimigo maior a ser desmoralizado e abatido.

A par desses temores é importante contudo assinalar que, sem que representem ameaças à autonomia dos autores, se criem mecanismos para prover de recursos financeiros blogueiros, ativistas e colaboradores, entre outras iniciativas, democratizando as verbas publicitárias governamentais. É inadiável que esforços sejam feitos para que uma manta de proteção jurídica se estenda sobre a liberdade de expressão dos que se dedicam ou colaboram com os blogues. É vital que se crie o Conselho Nacional de Comunicação e que políticas públicas ampliem o acesso da população a essa mídia eletrônica para que as mensagens desses visionários e livres pensadores cheguem intactas a uma sociedade que se almeja emancipada, autônoma, livre dos preconceitos do passado, moderna e educada para perceber o papel político que lhes cabe desempenhar a cada virada de página.

Qual organização horizontal ou transversal deverá brotar, fruto dessa necessidade objetiva, é algo que concretamente surgirá da prática política como tem sido até hoje, ancorada primordialmente na ampla autonomia exercida em todo o seu potencial por cada blogueiro ou ativista e em encontros locais como já vimos acontecer, como nesse nacional que ora ocorre em Brasília e em outros que ainda veremos ao longo deste 2011 e nos anos vindouros. Propostas de lutas, linhas de atuação e mobilização, os novos fatos suscitando outros debates que a dinâmica da comunicação se incumbirá de ir dando feições originais e, a pleno vapor, a "liberdade da internet", a mesma preconizada pelo ministro Britto, livre das amarras que se utilizam para frear as utopias. Daí reafirmo, blogueiros e ativistas, organizai-vos!..., mas nem tanto.

do Altamiro Borges de Miro
Por Antonio Fernando Araujo, no sítio Teia Livre:

Médicos explicam estado de saúde de humorista Shaolin (entrevista da R7)

Após 145 dias, o humorista teve alta, mas ainda não responde a comandos
O humorista Shaolin deixou o Hospital das Clínicas, na zona oeste de São Paulo, depois de ficar 145 dias internado. De acordo com a mulher do artista, Maria Laudicéia, apesar de voltar para casa, em Campina Grande, na Paraíba, o artista ainda não responde a comandos. O R7 conversou com médicos para entender porque Shaolin recebeu alta.

Segundo boletim informativo do Hospital das Clínicas, Shaolin deixou o quarto “em estado mínimo de consciência e clinicamente estável”, na sexta-feira (10). Gisele Sampaio Silva, médica assistente da Universidade Federal de São Paulo, explica que, após o coma, muitos pacientes evoluem para um estado vegetativo ou de consciência mínima.

- No estado vegetativo o paciente abre os olhos, mas não tem contato com o meio. Nesse estado, eles têm esse funcionamento de acordar e dormir, mas não recuperam a capacidade de interagir com o meio.
Ela disse que o estado de consciência mínima é um pouco mais evoluído que o vegetativo.
- O paciente pode ter algumas respostas rudimentares, como chorar quando vê a família, por exemplo. Mas não consegue se movimentar, não consegue se mover, ainda tem um contato muito limitado com o meio ambiente. 
A mulher de Shaolin contou ao R7 que ele responde a alguns estímulos, porém não responde a comandos.

Gisele explica que nesses casos, se o paciente não precisar de cuidados específicos do hospital, ele pode ser liberado para ir para casa. Sonia Brucki, vice-coordenadora do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, concorda e diz que, caso o paciente não precise ficar recebendo medicação no hospital e a família tenha condições de aceitar o doente em casa, o paciente pode ter alta.

- Acho que qualquer paciente que pode ser tratado em casa é melhor. Porque o ambiente do hospital é mais propício ao paciente pegar uma infecção, e as infecções hospitalares são mais graves. Além disso, ele estará em um ambiente mais sossegado, com a família.

Sônia diz que é importante, porém, que esse doente receba cuidados médicos. Entre eles, de um fisioterapeuta.

- A fisioterapia é essencial tanto para a parte respiratória, quanto para a mobilidade. Porque o paciente em coma não mexe as articulações, então você vai criando posições viciosas.

Ela diz que é importante frisar que, se a família tem condições de cuidar do paciente e ele não precisa de medicações pesadas, o melhor lugar é ficar em casa. Gisele Sampaio Silva lembra, porém, que levar o paciente para casa carrega uma carga emocional muito grande para a família.

- Teve uma família que falou: “Dra. eu tive que optar morar no hospital ou transformar a minha casa em um hospital”. Então é duro, não é uma decisão fácil.

Mas ressalta que, se a família tiver condição e vontade de levar o doente para casa, para o paciente é melhor.

A mulher do humorista, Maria Laudicéia, disse, em entrevista ao R7, na tarde de quarta-feira (15), que não sabe explicar a felicidade de ter o marido de volta em casa.

- Viemos para cá porque a rotina de casa ajuda muito na recuperação. A família se reuniu toda para acompanhar, a mãe e os irmãos estão sempre ao lado, todos os dias. É inexplicável, porque estou muito feliz de trazê-lo de volta.

Shaolin foi para casa em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) aérea, segundo Maria Laudicéia, na sexta-feira (10), dia em que teve alta. A mulher afirmou que a rotina do humorista conta com atendimento de quatro fisioterapeutas diariamente, além de consultas com neuropsicólogos, clínico geral, ortopedia e enfermagem. Ela contou que o marido está em coma vigil, dorme à noite e abre os olhos durante o dia.

Shaolin mora em Campina Grande, numa casa com a mulher e dois filhos adultos.

O acidente
Francisco Jozenilton Veloso, o Shaolin, ficou gravemente ferido em um acidente na BR-230, na região de Mutirão, em Campina Grande (PB), no dia 18 de janeiro. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o comediante dirigia no sentido São José da Mata quando um caminhão, que vinha na faixa oposta, invadiu a contramão e bateu contra o veículo do artista.

No dia 20 de janeiro, o motorista envolvido no acidente, Jobson Clemente Benício, de 23 anos, apresentou-se à delegacia da Polícia Rodoviária Federal da cidade paraibana. O inspetor responsável pela unidade ouviu o motorista que, em seguida, foi liberado.

Desde o acidente, já foram ouvidos policiais rodoviários federais; médicos do Samu, que prestaram os primeiros atendimentos ao humorista e pessoas da comunidade local, que presenciaram o ocorrido, segundo informou ao R7 o advogado da família de Shaolin, Rodrigo Felinto.

Ainda de acordo com o advogado, a delegada responsável pelo caso pediu mais prazo ao Ministério Público, pois ainda faltam depoimentos de duas ou três testemunhas, além da documentação com o quadro clínico do humorista do hospital em que ele deu entrada logo após o acidente.

Assim que tudo estiver anexado ao inquérito, o Ministério Público julgará se acusa ou não o motorista do caminhão como réu no crime de lesão corporal na direção de veículo automotor, previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

Por R7 em 17/06/2011

Espanha aprova lei que proíbe refrigerantes e guloseimas nas escolas

Objetivo é frear aumento da obesidade entre crianças e adolescentes no país

Os deputados espanhóis aprovaram nesta quinta-feira (15) uma lei que proíbe a venda de doces, salgadinhos e refrigerantes nas escolas e faculdades do país. A lei de Segurança Alimentar e Nutricional impede que alimentos e bebidas ricos em gordura trans, sal e açucares cheguem as crianças e adolescentes.

Segundo o jornal El País, o objetivo é frear o aumento da obesidade infantil na Espanha, que está atingindo níveis preocupantes. De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada quatro crianças está obesa ou com sobrepeso.

Assim que a lei for publicada no Diário Oficial e entrar em vigor, os refrigerantes serão cortados tanto em máquinas de venda automática como em cantinas, pois não será permitida a venda de produtos que não cumpram determinados critérios nutricionais.

O regulamento que irá definir quais refrigerantes serão vetados pela lei deve seguir o documento assinado em consenso pelas Comunidades Autônomas e da Saúde em julho do ano passado. De acordo com este texto, não poderá haver nada com mais de 200 calorias e 0,5 gramas de sal.

Com isso, os estudantes serão incentivados a comer frutas e a tomar água, de preferência não engarrafa. A merenda deverá ser elaborada por nutricionistas, inclusive, com alternativas para alunos que têm alergias ou intolerâncias alimentares.
publicado em 17/06/2011 pela R7

Desigualdade social no Brasil - por Frei Betto

Relatório da ONU (Pnud), divulgado em julho, aponta o Brasil como o terceiro pior índice de desigualdade no mundo. Quanto à distância entre pobres e ricos, nosso país empata com o Equador e só fica atrás de Bolívia, Haiti, Madagáscar, Camarões, Tailândia e África do Sul.

Aqui temos uma das piores distribuições de renda do planeta. Entre os 15 países com maior diferença entre ricos e pobres, 10 se encontram na América Latina e Caribe. Mulheres (que recebem salários menores que os homens), negros e indígenas são os mais afetados pela desigualdade social. No Brasil, apenas 5,1% dos brancos sobrevivem com o equivalente a 30 dólares por mês (cerca de R$ 54) O percentual sobe para 10,6% em relação a índios e negros.
Na América Latina, há menos desigualdade na Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai. A ONU aponta como principais causas da disparidade social a falta de acesso à educação, a política fiscal injusta, os baixos salários e a dificuldade de dispor de serviços básicos, como saúde, saneamento e transporte.
É verdade que nos últimos dez anos o governo brasileiro investiu na redução da miséria. Nem por isso se conseguiu evitar que a desigualdade se propague entre as futuras gerações. Segundo a ONU, 58% da população brasileira mantém o mesmo perfil social de pobreza entre duas gerações. No Canadá e países escandinavos este índice é de 19%.
O que permite a redução da desigualdade é, em especial, o acesso à educação de qualidade. No Brasil, em cada grupo de 100 habitantes, apenas 9 possuem diploma universitário. Basta dizer que, a cada ano, 130 mil jovens, em todo o Brasil, ingressam nos cursos de engenharia. Sobram 50 mil vagas… E apenas 30 mil chegam a se formar. Os demais desistem por falta de capacidade para prosseguir os estudos, de recursos para pagar a mensalidade ou necessidade de abandonar o curso para garantir um lugar no mercado de trabalho.
Nas eleições deste ano votarão 135 milhões de brasileiros. Dos quais, 53% não terminaram o ensino fundamental. Que futuro terá este país se a sangria da desescolaridade não for estancada?
Há, sim, melhoras em nosso país. Entre 2001 e 2008, a renda dos 10% mais pobres cresceu seis vezes mais rapidamente que a dos 10% mais ricos. A dos ricos cresceu 11,2%; a dos pobres, 72%. No entanto, há 25 anos, de acordo com dados do IPEA, este índice não muda: metade da renda total do Brasil está em mãos dos 10% mais ricos do país. E os 50% mais pobres dividem entre si apenas 10% da riqueza nacional.
Para operar uma drástica redução na desigualdade imperante em nosso país é urgente promover a reforma agrária e multiplicar os mecanismos de transferência de renda, como a Previdência Social. Hoje, 81,2 milhões de brasileiros são beneficiados pelo sistema previdenciário, que promove de fato distribuição de renda.
Mais da metade da população do Brasil detém menos de 3% das propriedades rurais. E apenas 46 mil proprietários são donos de metade das terras. Nossa estrutura fundiária é a mesma desde o Brasil império! E quem dá emprego no campo não é o latifúndio nem o agronegócio, é a agricultura familiar, que ocupa apenas 24% das terras mas emprega 75% dos trabalhadores rurais.
Hoje, os programas de transferência de renda do governo – incluindo assistência social, Bolsa Família e aposentadorias – representam 20% do total da renda das famílias brasileiras. Em 2008, 18,7 milhões de pessoas viviam com menos de π do salário mínimo. Se não fossem as políticas de transferência, seriam 40,5 milhões. Isso significa que, nesses últimos anos, o governo Lula tirou da miséria 21,8 milhões de pessoas. Em 1978, apenas 8,3% das famílias brasileiras recebiam transferência de renda. Em 2008 eram 58,3%.
É uma falácia dizer que, ao promover transferência de renda, o governo está “sustentando vagabundos”. O governo sustenta vagabundos quando não pune os corruptos, o nepotismo, as licitações fajutas, a malversação de dinheiro público. Transferir renda aos mais pobres é dever, em especial num país em que o governo irriga o mercado financeiro engordando a fortuna dos especuladores que nada produzem. A questão reside em ensinar a pescar, em vez de dar o peixe. Entenda-se: encontrar a porta de saída do Bolsa Família.
Todas as pesquisas comprovam que os mais pobres, ao obterem um pouco mais de renda, investem em qualidade de vida, como saúde, educação e moradia.
O Brasil é rico, mas não é justo.

10/8/2010 19:05,  Por Frei Betto, do Rio de Janeiro
Frei Betto é escritor e assessor de movimentos sociais e autor de Cartas da Prisão (Agir), entre outros livros. www.freibetto.org -Twitter:@freibetto

Itália Declara Guerra ao Brasil

Numa situação hipotética e surreal a itália declara guerra ao Brasil em resposta ao descumprimento ao acordo de extradição firmado entre os dois paises.
Esta situação a tão absurda como a que tornou Cesari Battisti um homem livre e prestes a se tornar um cidadão brasileiro
Itália Declara Guerra ao Brasil
Agencia ADL (Do seu correspondente na Europa)
O Presidente Silvio Berlusconi acaba de encaminhar ao congresso italiano um documento oficial de declaração formal de guerra ao Brasil. Segundo este documento a medida se faz necessária em resposta ao ultraje sofrido pelo povo italiano com a negativa de extradição e com a soltura do ex-ativista Cesari Batisti.
Batisti que fora julgado à revelia por crimes de morte na Itália na década de setenta, quando era militante do grupo de extrema esquerda Proletários Armados, foi solto esta semana por decisão do STF do Brasil.
Já se vê nos portos e bases militares, intenso deslocamento de tropas e veículos militares e a embaixada no Brasil na Itália foi cercada por grupos hostis, em clara manifestação de apoio as ações do governo.
Em função da degradação das relações diplomáticas entre os dois países o governo Brasileiro recomenda que seus concidadãos erradicados ou em viagem pela Itália retornem o mais rápido possível ao Brasil.
Um comunicado oficial da ONU tenta conter a escalada das ações militares, pedindo ponderação e equilíbrio aos dois governos e a Itália recebe moções de apoio e solidariedade por parte de membros da comunidade Européia.
O Brasil chama de volta seu embaixador na Itália e coloca em alerta máximo, suas tropas de ar, mar e terra.
Neste momento a presidenta Dilma esta reunida com o Estado Maior das Forças Armadas para discutir as medidas e contramedidas à qualquer ação agressiva do Estado Italiano contra alvos brasileiros em qualquer parte do mundo.
Os Governos da Bolívia e da Venezuela colocam seus exércitos de prontidão e oferecem bases militares como apoio à contra-ofensiva brasileira.  A Itália invoca a seu favor tratados multilaterais de apoio firmado entre países da Europa contra agressão à países membros.
Os EEUU se mantêm por enquanto em posição oficialmente neutra, mas a Casa Branca emite comunicado incitando os países a cumprirem os acordos firmados em fóruns internacionais.
Analistas comentam que no caso de guerra declarada o governo americano deve se alinhar como tradicionalmente faz, à posição britânica.
O Irã, a Coréia do Norte, a Síria e a China emitem comunicados favoráveis a posição brasileira e prometem retaliar no caso de qualquer ação militar por parte da Itália e seus aliados.
Há um temor generalizado que a situação mundial se degrade na direção de uma guerra de proporções globais
Obs. ? Esta é uma de ficção tão surreal quanto a que levou Cesari Batisti a se tornar um homem livre e prestes a adquirir cidadania brasileira.

Por João Drummond 10/06/2011 às 11:44
Email:: joao.drummond@yahoo.com.br
URL:: http://amigosletras.blogspot.com/

Exame de sífilis na gravidez pode salvar milhares de bebês

As vidas de centenas de milhares de bebês podem ser salvas anualmente se mulheres grávidas fizerem exames de sífilis, dizem pesquisadores na Grã-Bretanha.
Pesquisadores da University College London analisaram 10 estudos prévios, que envolveram um total de 41 mil mulheres, e divulgaram suas conclusões na publicação científica Lancet Infectious Diseases.
A sífilis causa a morte de meio milhão de bebês todo ano, número que inclui natimortos e bebês que morreram pouco após o nascimento, a maioria na África subsaariana.
Os pesquisadores dizem que exames e consequentes tratamentos a base de antibióticos seriam uma forma barata e efetiva de diminuir pela metade o número de mortes.
O estudo sugere que a realização de exames acompanhados de tratamento resultou na redução de 58% dos casos de natimortos e em uma redução similar nos casos de mortes nas primeiras semanas de vida. Casos de sífilis congenital também foram reduzidos.
Custo
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível que resulta em ferimentos e coceiras e evolui para danos mais sérios ao coração, cérebro e olhos, podendo causar a morte.
Ela pode ser passada de mãe para filho pela placenta, doença conhecida como sífilis congênita.
Calcula-se que menos de uma em cada oito mulheres faz o teste de sífilis durante a gravidez e mais de dois milhões de mulheres com a doença ficam grávidas anualmente.
Em mais de dois terços dos casos, ocorrem sérias complicações.
Outro estudo complementar publicado no Lancet calcula que o custo para a realização de testes para a sífilis é de US$ 1.44 (equivalente a cerca de R$ 2,3).
Os pesquisadores dizem ainda que se todas as mulheres grávidas que testarem positivo receberem uma única dose do antibiótico benzatina antes da 28ª semana de gravidez, não haveria mais mortes de bebês recém-nascidos causa da sífilis.

16/6/2011 13:33,  Redação, com BBC



Desemprego na América Latina e no Caribe cai a níveis históricos ainda este ano

A vigorosa recuperação econômica da América Latina e do Caribe, em 2010, permitiu que a região registrasse significativa queda na taxa de desemprego urbano para 7,3% no final do primeiro trimestre deste ano. Foi o nível mais baixo dos últimos 20 anos, de acordo com publicação conjunta da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), divulgada nesta quinta-feira.
A OIT e a Cepal concluíram que as políticas anticíclicas adotadas por alguns países para enfrentar a crise financeira internacional de 2008/2009 contribuíram para a redução da vulnerabilidade econômica e possibilitaram a reativação econômica mais rápida. Neste ano, porém, a recuperação ocorre em menor ritmo, mas ainda é de crescimento, o que permite prever uma taxa de desemprego urbano entre 6,7% e 7% no final de 2011.
A Conjuntura do Trabalho na América Latina e no Caribe enfatiza que depois da retração vivida pelos países da região, em 2009, a recuperação econômica no ano passado foi “inesperadamente vigorosa”, com reflexos positivos na oferta de empregos e no aumento da renda. A publicação destaca que o emprego formal cresceu ao redor de 6% no Brasil, Uruguai, Chile e na Nicarágua e em um nível entre 3% e 5% na Costa Rica, no México, Panamá e Peru.
Apesar da melhora, a OIT e a Cepal registram que ainda há 16,1 milhões de desempregados urbanos na América Latina e no Caribe. Situação que poderá ser amenizada com a implementação de medidas anticíclicas de longo prazo, “claramente delineadas para o crescimento sustentável da região como um todo”, de modo que os países latinos e caribenhos possam crescer bem mais que os 4% estimados para o Produto Interno Bruto (PIB) regional deste ano.

15/6/2011  Por Correio do Brasil