quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Poema - O padre entendeu



O padre não compreendeu
Porque uma criança choramingava
Ajoelhou e compadeceu
Era sua profissão que vingava

As débeis frases
Não tinham nexo
Chorava e falava em preces

O padre era comoção
Abraçou-a, tinha seis anos
Ele chorou, então,
Molhava as hóstias em pranto

Um espírito infantil murchou
O padre entendeu
O mundo a estuprou

Natuba-PB, 19.10.99

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Poema - No fim, enfim

No fim ao fim
Palavras e versos me traem para te agradecer
Tua lucidez que não surpreende a mim

Presenciei o surgimento de um escritor
Diria mais, diria maestro
Desta língua que te inspira dor e amor

És exemplo de dedicação e alegria
Vinga tua busca pelos meandros da saúde
Não te contenhas em bradar tua sabedoria
É magnífico teu poema, o meu, rude

Capricho em vão para te proporcionar
A mesma alegria de ler tua obra assim
E que a traição referida permita-me sonhar
No fim

07.03.98

"Hoje é um novo dia..." Será mesmo? Assista à reflexão de final de ano do Sindicato dos Médicos do Ceará.

Mais um ano se encerra, o desrespeito continua. Por isso os médicos do Ceará soltaram a voz para denunciar o estado precário, calamitoso, em que se encontra a saúde do estado. Pacientes morrem por falta dos materiais mais simples. Falta tudo, mas ainda sobra indignação para gritar bem alto que o horror continua.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Poema - Natimorto



Nasceu uma criança sem vida
Então, não nasceu
Deixar uma mãe deprimida
O pai, bem, este desapareceu

Não é ficção,
Rotina
Vida ao vivo sem perdão

A mãe jaz inerte, após a notícia
O pai descansa sem paz
Seu dia não precisava ser assim
Mas o destino assim faz

Sua vida tem mais uma chama
Tem outra filha
Doente, mas ama

Limoeiro-PE, 02.10.99

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Poema - Mundo Solidão

Procurar imaginar o mundo solidão
Seria feito de silêncio e amor
Todo ser amava e se fechava
Para o céu e para a flor

Paragens sem fim
Onde o tormento embrutecido sorria
Nos frágeis braços do espírito
Que era feliz quando adormecia

Agora não posso mais chorar
Sinto dores sem trauma
Algia que se instala por sonhos

Não sonho, enfim, pesadelo
É isto que me atormenta
No mundo solidão, vivê-lo

Recife, 23.09.99

Poema - Minha namorada

Minha namorada

Bela namorada
És mais que minha linda, amada
Luto por ti, bela namorada

A ti, meus esforços são prazerosos
Por ti, alegro-me em vencer
Após lutas em prantos copiosos
Por ti, alegro-me em vencer

Meu sonho não é utopia
Enquanto sorria
É um momento transcendente
Pura alegria

Débeis são meus poemas
Tentam em vão te impressionar
Não vingam nem dezenas
De vis rimas a te cantar

Sempre em vão te consolar
No entanto, você não quer consolo
Você almeja me amar
Sou apenas um tolo

Imprecisas são minhas lágrimas
Amor, saudade, qual razão?
Lembro-me dentre tuas dádivas
Só amar sem interrogação

01.03.98

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Sobrames/CE - Posse novos membros 2017

A diretoria da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional Ceará (Sobrames-CE) convida para a posse de seus novos ​membros e Confraternização Natalina.

Data: 11/12/2017
Horário: 19:30h
Local: Auditório da Unichristus (Av. Padre Antônio Tomás, 3404 - Cocó)

domingo, 3 de dezembro de 2017

Audiência Pública


Poema - Minha hora

Minha hora

Mais uma vez irei tentar definir
O que a caneta não consegue escrever
Eu sou e vou seguir
O resto aconteceu e vai morrer

Eu tento buscar outro caminho
Caminho este que não encontro
Sem precisar um carinho
Quiçá, galgar um canto

Três fontes há de saber
Físico é o forte
Mente para ser
Espírito de Lorde

Três gerações de perfeições
Criança incisiva
Adulto contra o não
Senilidade progressiva

Vou tentar mais uma vez
Vale a pena sofrer
Não faço outra vez
Abstraio-me para não perecer

Pode ser fácil ou vil
Não me importa agora
Esta estrada varonil
É parte de caminho, minha hora

Limoeiro, 25.09.00

domingo, 26 de novembro de 2017

Direito de resposta


http://blogdoeliomar.com.br/presidente-sindicato-dos-medicos-ceara-pede-direito-de-resposta/

Meu poema

Meu poema

Meu poema é assim
Um tanto ingênuo
Rude, pretencioso
Pedaço de mim

Busca a perfeição
Ora, para que fixação?
Não conto sílabas
O que te guias?

Vinte e três anos
Quem dera, um neófito desponta
Um mundo novo emerge
Vale alimentar tanta esperança?

Exemplos desfilam grandiosamente
Neruda, Vinicius de Moraes, tantos
Tudo preenche, mente
Ele precisa seguir esta gente

Aprender é o verbo da vez
Esqueceu de amar?
Lembrou-se de viver?
Melhor sentar para ver

Tento só mais um momento
Bonito será o tormento
De com o meu intento
Aprender, amar e vencer, eu tento
24.02.98

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Poema - Meu anseio por ti

Vou merecer-te
Do fio do teu cabelo
Até o dedinho do pé
Toda, garanto a ti

Talvez, a minha garantia não a satisfaça
Mas, será que eu a preencho?
Ou, quem sabe, isto seja uma mera paixão
Mal resolvida?

Eu, particularmente, acredito em nós
Não estou usando palavras agradáveis
Ou formatos de poemas em vão
Eu, realmente, amo-te

Como será possível?
Amor?
Sem namoro?
O que tu achas?

Gostaria de poder ouvir-te
Dizendo que me ama também
Sempre amou, que sofreu comigo
Por estes longos anos

Nesta última estrofe
Meu anseio por ti
Não quero te perder de novo
Não suportaria presenciar teus olhos partir

Edmar, 25.05.00, Maracanaú

Quem é da esquerda no Brasil?


➖É o cidadão que se preocupa com os centavos da passagem de ônibus, mas ignora os 88 bilhões da Petrobras.

➖É a moça que defende o aborto, mas considera a palmada um crime hediondo.

➖É aquele que se escandaliza quando uma criança usa farda de policial, mas acha normal um menino de 8 anos dançando sensualmente entre adultos.

➖É aquele que protesta quando morre um traficante, mas festeja quando morre um policial militar.

➖É o cara que se escandaliza com Bolsonaro, mas não vê problema algum em José Dirceu, Graça Foster, em Dilma e em Lula, e chama João Vaccari de herói.

➖É aquele que odeia os judeus e quer a destruição do Estado de Israel, mas faz campanha contra o racismo e xinga os adversários de nazistas e fascista. (Odeia Israel e chama a direita de nazista).

➖É aquele que acusa quem defende pena perpétua, mas ignora o professor que defendeu o estupro de Rachel Sheherazade.

➖É aquele que chama empresário de sonegador, mas aceita a maquiagem fiscal da Dilma.

➖É aquele que chama o caso Celso Daniel de "crime comum".

➖É aquele que prega a estatização do financiamento eleitoral.

➖É aquele que não vê nada demais no fato de o PIB per capita da Coreia do Sul ser de 32 mil dólares e o da Coreia do Norte, de 1.800 dólares. Afinal, a Coreia comunista é mais igualitária.

➖É aquele que exalta na faculdade a ditadura cubana, mesmo sabendo que somente em 01/02/2016 chegou Internet (censurada) nos domicílios em Cuba (só em domicílios de pessoas do governo). [20 anos de atraso].

➖É aquele que apoia o movimento gay, mas também apoia o regime cubano, que já fez campos de concentração para homossexuais.

➖É aquele que acredita em governo grátis, mesmo quando o País trabalha CINCO MESES POR ANO para pagar impostos.

➖É aquele que odeia a censura, mas quer o controle social da mídia, como Marco Civil da Internet e o Humaniza Redes.

➖É aquele que faz tudo para acabar com a família e a igreja, pois sabe que elas são os principais focos de resistência ao poder do Estado e dos movimentos sociais.

➖É aquele que apoiou o impeachment de Collor achando que foi legitimo, mas diz que o impeachment de Dilma é golpismo.

➖É aquele que diz que a cadeia não resolve, mas quer que quem conte uma simples piada sobre gays seja preso por homofobia.

➖É aquele que diz que o PT acabou com a pobreza no Brasil, mas cinco minutos depois diz que o aumento da violência é consequência da pobreza.

➖É aquele que diz que o problema do mundo é o livre mercado, mas cinco minutos depois diz que Cuba só vai mal por causa do embargo econômico.

➖É aquele que diz que menores de idade praticam um número insignificante de crimes, mas cinco minutos depois diz que se a maioridade for reduzida, as prisões irão superlotar.

➖É aquele que diz que meritocracia não existe, mas diz que a Dilma ganhou por mérito.

➖É aquele que defende os ideais de Mussolini: -Tudo no Estado, nada fora do Estado e nada contra o Estado-, mas chama de fascista quem é contra.

➖É aquele que diz que combate os estereótipos de cor, sexo, classe social, mas chama os outros de coxinhas, de elite branca, etc.

➖É aquele que defende a liberação das drogas, mas acusa o Aécio de cheirador.

➖ *É aquele que...enfim..é um HIPÓCRITA‼*

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Ensino religioso é reincorporado na base nacional curricular


http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/11/governo-decide-reincorporar-ensino-religioso-na-base-nacional-curricular.html

domingo, 19 de novembro de 2017

MBA em Gestão de Saúde

MBA em Gestão da Saúde é um investimento que todos os gestores médicos que estejam à frente de alguma pasta da saúde pública, privada como em hospitais ou clínicas e nas entidades médicas como conselhos, sindicatos, cooperativa ou sociedades devem frequentar.

Livro: A SAÚDE TEM CURA - Wilson Pollara

Atualmente, como secretário de saúde de São Paulo, aponta diagnósticos da crise que assola a saúde e aponta propostas para a área.

Denúncia Hospital de Messejana

Relato de hoje de um plantonista de messejana:


Hospital de Messejana hoje, 18.11.17, está  sem angioplastia primária (tem stent, mas não tem balão pra dilatar) e sem trombolítico. *Infarto com supra hoje vai ser tratado como nos anos 50*. Grave crime! Pessoas vão morrer.  Outros vão ser condenados à insuficiência cardíaca.

sábado, 18 de novembro de 2017

Poema - Meu amigo

Meu amigo

Meu amigo, eis-me aqui
Sinto a aspereza do teu semblante benigno
Vinga a tua saudade sem maldade
Quebra este fio que nos sustenta
Guarda a chama que nos queima
É lancinante a alegria do ser
Da mais pura amizade alvorecer
Trilha tua busca nos bares
Toda jocosa aventura sobre meus males
Agradeço-te por tua compaixão
Revendo assim o teu coração
Trepidar em palavras de sustento
Sem piegas momentos
Iluminando dias do presente não sentido
Apenas quando metamorfoseia
Em passado, mero sonho perdido
Julgo em loucuras minhas falhas
Aplaudo com brandura tuas bondades
Meu amigo, eis-me aqui


14.05.98

Mobilização Unidas 2017


Audiência Pública DPU nov 2017


quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O Mestre e o gafanhoto

-Mestre
-Diga, gafanhoto
-E os trabalhadores, com essa reforma trabalhista?
-O que tem eles?
-A vida dos empresários ficou molezinha agora, vão poder explorar os empregados.
-Peça demissão então. Ninguém te obriga a trabalhar pro seu patrão.
-Mas aí eu faço oq da vida, Mestre?
-Vira empresário! Ouvi falar que ficou molezinha agora, gafanhoto.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Poema - Mar Mágoa

Exausto, agora me vejam
Não sei a quem buscar
Só penso assim
Não quero chorar

Afogo as mágoas neste mar
Minhas forças se esvaem
Meu espírito para lapidar

E seca a certeza
Preenche de rancor
Uma ideia beleza
Ser vaiada como for

Eu quero alegria para viver
Vou voltar para minha origem
E me soerguer

Limoeiro-PE, 02-10-99

Reajuste Unidas 2017


15 de novembro


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Convite posse CCC

Segue em anexo o convite para a posse da nova diretoria do Centro Cultural do Ceará. 

Será no dia 23/11/2017, às 19h, no Palácio da Luz.


Contamos com a presença de todos vocês para abrilhantarem a nossa noite. 

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Poema Mangue

Mangue

É preguiça de pensar
Pobreza de deduzir
Não quero podar
A veia alvorecente do parir

Parir meus sonhos nas subidas
Correr até cansar
Confiar nas descidas

Vejo padecer meus músculos
Saliva e lágrimas em sangue
Correm reduzidos a miúdos
Apodrecem no mangue

01.10.99

100 anos da Revolução Russa

Quando vocês virem algumas pessoas comemorando os 100 anos da Revolução Russa e como ela foi “boa” pra classe trabalhadora, pensem nessa passagem deste livro:


“Uma das prioridades do regime na primavera de 1921 era a retomada da produção industrial que fora reduzida a um décimo da sua capacidade em 1913. Longe de diminuir a pressão sobre os operários, os bolcheviques mantiveram, ou mesmo reforçaram, a militarização do trabalho iniciada no decorrer dos anos precedentes. A condução política em 1921, após a adoção da NPE, na grande região industrial e mineira de Donbass - que produzia mais de 80% do carvão e do aço do país -, aparece, em vários aspectos, como reveladora dos métodos ditatoriais empregados pelos bolcheviques para que “os operários retornassem ao trabalho”. No fim de 1920, Piatakov, um dos principais dirigentes e próximo de Trotski, havia sido nomeado para a chefia da Direção Central da Indústria Carvoeira. Em um ano, ele conseguiu quintuplicar a produção de carvão, mas a custo de um política de exploração e de repressão da classe operária sem precedentes, que se baseava na militarização do trabalho dos 120 mil mineiros que realizavam esses serviços. Piatakov impôs uma disciplina rigorosa: toda ausência era qualificada como “ato de sabotagem” e sancionada com penas em campo de concentração, ou até mesmo com a pena de morte - 18 mineiros foram executados em 1921 por “para-sitismo agravado”. Para obter dos operários um aumento de produtividade, ele introduziu um aumento das horas de trabalho (através, principalmente, do trabalho aos domingos) e generalizou a “chantagem com o cartão de racionamento”. Todas essas medidas foram tomadas no momento em que os operários recebiam, à guisa de todo pagamento, entre um terço e a metade de todo o pão necessário a sua sobrevivência; além do mais, eles ainda eram obrigados, no final de sua jornada de trabalho, a emprestar o único par de sapatos aos camaradas que assumiam seus postos. Como reconhecia a Direção da Indústria Carvoeira, entre as razões do grande número de ausentes do lado operário figuravam, além das epidemias, “a fome permanente” e “a falta quase que total de roupas, de calças e de sapatos”. Para se reduzir o número de bocas a serem alimentadas, já que a fome era ameaçadora, Piatakov ordenou, em 24 de junho de 1921, que fossem expulsas das cidades mineiras todas as pessoas que não trabalhassem nas minas, pois elas representavam necessariamente um “peso morto”. Os cartões de racionamento foram retirados dos membros das famílias dos mineiros. As normas de racionamento foram estritamente alinhadas às performances individuais de cada mineiro, sendo introduzida uma forma primitiva de salário, por quantidade produzida.”

O livro negro do comunismo, pag. 59.

domingo, 5 de novembro de 2017

34ª Antologia da Sobrames - Ceará 2017

Com muito orgulho que estou participando desta Antologia publicada pela SOBRAMES - CE  em 2017 com quatro poemas e dois contos. 
"A Regional Ceará da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames-CE) reúne cerca de  oitenta médicos em seu quadro social, exercendo importante papel na promoção da cultura estadual, mercê da Antologia publicada, anualmente, reunindo contribuições, em prosa e versos, da lavra quase exclusiva de iátricos.
A série de Antologias da Sobrames-CE teve o seu começo em 1981, conduzida pelos sobramistas desbravadores Emanuel de Carvalho e Paulo Gurgel, e agora, em 2017, atinge à sua 34ª produção, exibindo maturidade e qualidade consolidadas, com esmero literário, servindo para emular o aparecimento de novos escritores no meio médico". Trecho da apresentação desta antologia assinada pelo então presidente da Sobrames-Ce Marcelo Gurgel.

Parabéns aos Médicos

Homenagem do Sindicato dos Médicos do Ceará



Poema Lágrima de fogo

Lágrima de fogo

Ele plantou uma semente
Não foi de vida devida
Em derradeiro ato somente
Como estopim da dor ferida

Dilacerou-se seu céu
Nem existia mais o eu
Evidências de um réu
Próprio de um imenso jubileu

Ele pecava para pagar pecados
Sem evidências de retorno
De sanidade sob os cabelos
Um triste tolo

Não vingava sua angústia
Buscava o prometido
De afirmação com astúcia
Propagadas na sua partida

Preencheu suas malas
Com sangue de suas veias
Tudo, até balas
Mas não tinha revólver, só meias

Perdeu tudo no fogo
Era seu infortúnio macabro
Lágrima de fogo
Câncer alastrado



Eclesiastes 3:1


sábado, 4 de novembro de 2017

Poema - Insônia

Insônia

Começo a sonhar
Começo a sonhar dormindo
Começo a sonhar dormindo atento
Começo a sonhar dormindo atento, então, me rendo

Descanso já se vai
Preciso de um tranquilizante, recomeço
Corro atrás do lençol, tropeço
Tento de novo com o travesseiro, mas escorrego

Voam palavras, invenções
Pula tudo, pulam emoções
Lembro acontecimentos, ações
Quero dormir, então, canções

Jogo conversa fora comigo
Já nem penso em que dizer
Vale tudo até se benzer
De uma triste hora sem merecer

Brinco de olhos fechados, sozinho
Ninguém para brincar juntinho
Nem este distante sono mesquinho
Vou brincar no meu ninho

Começa outro dia sem encantamento
Mentira, há encantamento
Desculpe-me, descontentamento
Insônia, ouve este lamento

24.02.98, às 3h30

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Poema - Insólito

Insólito

Deixem-me falar
Deixem-me escrever
Não quero sua pena
Eu quero é viver

Viver meus momentos,
Meus momentos
Meus

Vou seguir cantando, sim
A melodia que eu quiser
Comer salgado e pudim
Amar qualquer mulher

Se sou feliz, sou neófito
Tenho alegria em propagar
Meu futuro não será insólito

Limoeiro, 25.09.99

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Poema - Intolerância

Intolerância

Eu não aceito o teu sim assim como você não concorda com a minha negativa justificada
Não vou tolerar os dados relacionados pelos fatos confirmados
Você grita tuas verdades e planos frustados porque eu não apoiava a tua insensatez nata

Enxergo um mundo de sucessos desde que sejam seguidas as minhas orientações
Você descreve um amanhecer tenebroso  desde que este meu sonho seja realizado a contento
As tuas ideias são vãs, mesquinhas, traiçoeiras repletas de imperfeições

A mesma notícia gera revolta, amargura em você e alento e esperança em mim
Descrevo-te  de intolerante, inflexível e você me amaldiçoa como um coração duro e amargo
Tua presença  me enoja e você me descreve como pueril mentecapto aos ouvintes, enfim
Na falta de argumentos te humilho e você me inunda com o teu cuspe como a um vil afago

Não preciso te conhecer para te odiar, basta você ousar não concordar
Você não permite minhas convicções culturais, acadêmicas, familiares ou religiosas
Meu sonho é uma homogeneidade sábia, justa e humana sem a relevância de questionar
Você sonhou em se aproximar, mas vi os teus olhos, as lágrimas eram capciosas

Poema - Desventura

Desventura

Pelejo pelos meus momentos
São sombrios, lúgubres
Não cicatrizam os ferimentos
Das mágoas insalubres

A dor corrói e grita
Machuca e fere
Em polvorosa angústia ensandecida

Meus dias passam como em um deleite de fel
Já tive horas de fé
Bebo sangue mesclado com mel
Mas sobrevivi em pior maré

Tenho vigor, tenho dó
Que contém minhas desventuras
Sou eu, sou só

Limoeiro-PE, 02.10.99

Poema - Eu

Eu

Chamam-me louco
Se for para ser assim
Viva a loucura, somente o tolo
Não acredita nas suas ideias, enfim,

Veja só meu estorvo
Comemorar meu grito
De novo

Minha caminhada agreste
Soverte o sovado espírito último
Como neste derradeiro poema, único

Recife-PE, 30.09.99

Poema - Família

Família

Falo da minha família
Escrevo maravilhas porque é
Recito poemas com vigor
Não me esqueço do amor

Amor da minha mãe, amor de mãe
Que fortalece, enobrece
Toda a minha vida linda
Ser em todo esplendor

Amor de pequena irmã
Posso dizer filha, quem dera
Prezo como a mim
Perfeita irmã toda assim

Pai parceiro, presente amigo
Também de outros companheiros
Tenho ciúmes, mas não me importo
Ele é meu pai e pronto

A irmã mais velha
Serve de exemplo, harmonia
Equilíbrio e fantasia
Adoro-te, amo, mas você não sabia
Recife-PE, 22.09.99

Poema - Tempo

Tempo

Estou exausto
O segundo metamorfoseia em minuto e hora
E as minhas energias se esvaem tentando inibir
O delírio em presenciar o tempo que de mim sorri
Pelo menos, alguém se alegra, digo eu
Perco a concentração da forma
Que se transforma em abstrato
Minha convicção reage
Não encontro medidas para este desespero
Basta cerrar os olhos e viver
A mim desprezas? Vocifera o Tempo
Quero desculpar-me, vacilo, choro
Isto é a fraqueza do ser
É a mostra da volúpia dos desenganos
A forma mais poética do fracasso
Quando vejo partir as minhas alegrias
No encalço do tempo perdido
Ânsia, estresse vem buscar sua recompensa
Maldita criatura,
Respeito-te nas asas da rebeldia do justo
Desejo-te a inquisição nas linhas mais românticas
Para que, de joelhos, peça-me o fúnebre perdão.

30.03.98

Poema - Giz

Giz

Disseram-me “romântico é amar”
Agradáveis afirmações
Sentenciosas ao afirmar
O “condenamento”  das razões

O deleite do vinho do amor
Foi descrito em vasta literatura
Confirmando com sórdido rancor

Rancor de quem amou
Feriu-se com páginas perdidas
De cartas de amor
Que não chegaram a ser lidas

Disseram “quem amou é feliz agora”
Ouçam, amar é um giz
Nas mãos de uma hábil professora

Natuba-PB, 19.10.99
O Congresso, realizado pela AEMED-CE, com o apoio do Sindicato dos Médicos do Ceará, objetiva fortalecer a formação médica na Região, abrindo o debate para importantes temas sociais de impacto na formação e atuação do médico, bem como soluções inteligentes que contribuam para o fortalecimento das instituições de ensino.

Inscreva-se abertas! Corre lá!

http://congressosamedce.com.br

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Poema - Espelho

Espelho

Pobre de mim que choro
Pena em demasia
Aborrecida imagem da aurora
No meu espelho perecia

Meu conto de fadas
É recheado de lobos maus
Minhas vitórias estão mofadas

Volta e meia canto
Voando dentro de mim
Para abrandar o meu pranto
Em soluços sem fim

Agora, saboreio lembranças
São amargas,
Piegas esperanças

Recife-PE, 01.10.99


#DEVEDÔMETRO outubro 2017

17 prefeituras encerram outubro em débito com médicos; Limoeiro do Norte é destaque em anúncio no Diário do Nordeste


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

domingo, 29 de outubro de 2017

Dia Nacional do Livro - 27 de Outubro

O Dia do Livro surgiu em homenagem à fundação da Biblioteca Nacional do Livro, em 1810, pela Coroa Portuguesa. Na época, D. João VI trouxe para o Brasil milhares de peças da Real Biblioteca Portuguesa, formando o princípio da Biblioteca Nacional do Brasil (fundada em 29 de outubro de 1810).

O Brasil começou a editar seus próprios livros ainda em 1808, quando D. João VI fundou a Imprensa Régia. O primeiro livro a ser editado foi "Marília de Dirceu", do escritor Tomás Antônio Gonzaga.

Poema - Generais sem exército

Generais sem exército

Houve uma grande batalha
Sem precedentes
Não havia falha
Dos aliados e contrapertinentes

De dilaceramento das carnes fortes
Soldados tombando
Noticiário: mais de um milhão de mortos

Os exércitos desapareciam
Os generais no afã da vitória
Não desistiam
As viúvas irão honrar-se da glória

No final, generais sem exército
Armas sem punhos
Começo, neófitos recrutados do insucesso

Natuba-PB, 19.10.99

Poema - Granada

Granada

É uma guerra
É uma busca
É a habilidade sobre-humana
Lutando contra a armada
Que já se debruça

As armas são infernais
Granada
Não se ouvem tiros
Quiçá, explosões
Só há lamento e contração

Uma santa luta
Luta, lutou, luto
Apolônia
Por tantas vezes torturada
Por tantas vezes evocada
Vem, busca teu rebanho
Guia estes aliados tão famintos
Por deveras merecido descanso

Outrora, aventura um tanto esquecida
Por seus seguidores
Um tanto merecida
Granada
Esquece a ferida
Da Medicina parida

23.02.98

Sindicato Estudantil


Poema - Hoje

Hoje

Hoje, resolvi cantar...
Mas, cantar pode ser amar, chorar, perdoar,
Este sim, perdoar quem eu não amo, nem choro

Sim, hoje vou perdoar...
Porém, perdoar pode me lembrar
De um passado de amargura e ternura

Sim, hoje eu vou lembrar...
Lembrar pode me fazer gritar, tripudiar
E me vingar daqueles que me fizeram gritar
A me tripudiar

Sim, hoje vou me vingar...
Prepara-te, pois se eu conseguir vencer
Vou ressarcir todas as dores
Que senti

Hoje, hoje vou é vencer...
Entretanto, vencer pode me levar
Posteriormente, à derrota sempre temida
Nunca extinta
Da minha vida de falhas a sonhar

Hoje, eu vou sonhar...
Sonhar com o bem, com alegria
Estou sonhando agora
Agora, vou acordar

30.08.98

Poema - Amei e esperei

Amei e esperei

É gostoso amar quem amei
Quem nunca voou
Do meu coração - esperei

É fácil podar o estático e o concreto
Difícil é esquecer a garota abstrata
Que povoava minha saudade por certo
Que um dia retornaria - fada

Seu adjetivo por um fim
Apenas verbos de ação
Não quero antepor tua feição em mim
Sem que, realmente, tu queiras minha redenção

Venho buscar o que é meu…
Pelo menos do amor que ainda existe
Do companheiro que ainda é teu!

Maracanaú, 23.05.00

sábado, 28 de outubro de 2017

Sindicato Cultural

Poema - Sertanejo

As áridas vertigens
Abraçam em convulsão
A náusea, suntuosas esfinges
Plainam no ar do verão

Queima a fronte
Embrutecido, ríspido
Naturalismo flagrante

Corpos esfolados
Rostos ensandecidos
Trupe de esfomeados
Alcateia de indivíduos

Verte lágrimas, o sertanejo não
Terra, também, é seu espírito
Seco, duro e rachado, sem perdão

Umbuzeiro-PB, 20-10-99

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

#DIADOMÉDICO: até o fim deste mês, as mensagens “Mais do que parabéns, nossos médicos merecem ser respeitados e valorizados” e “Nossos médicos merecem respeito e parabéns. Mas nem sempre são valorizados” figuram outdoors em Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral goo.gl/JpPCwb

Poema - O homem



O homem



Nestas incertezas que se consomem

Nas angústias do inferno

Resta o pormenor, o homem



Se parece com um céu

O indefinido, mas abstrato

Onde voam os monges, nuvens de mel

Quando enche de sabor o tato



Mistura os sentidos porque quero

Vagueio pelo senso, lógico

Na dúvida, me emociono, me revelo



Parecer ser não é obra do acaso

Também não se sobrevém ser

O oposto pode imitar aquele vaso

Que se encheu do padecer



05.01.00