segunda-feira, 30 de maio de 2011

Hepatite C: Novo remédio chega ao Brasil em outubro

Um novo remédio contra a hepatite C deve chegar ao Brasil em outubro. O Incivek, nome comercial do componente telaprevir, pode aumentar a chance de cura em até 79%. A agência de alimentos e medicamentos do Estados Unidos (FDA) aprovou a nova fórmula na última segunda-feira. O custo da medicação nos EUA varia entre US$ 20 mil e US$ 30 mil. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Portadores de Hepatite (ABPH), Humberto Silva, o composto é visto com otimismo.

Esse remédio vai complementar a esperança de cura dos portadores de hepatite C que há 20 anos vêm se tratando. No Brasil, são 3 milhões de pessoas infectadas, e apenas 10% sabem que estão doentes. É uma coisa assustadora.

Ao chegar ao país, o medicamento precisará ter o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializado. O Ministério da Saúde ainda não sabe qual será o valor do remédio no mercado nacional ou se o composto será distribuído no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além desse medicamento, foi aprovado em maio, o Victrelis, nome comercial do componente boceprevir. É um inibidor de protease – enzima de ligação fundamental para a multiplicação do vírus da hepatite C e age de maneira muito semelhante ao Incivek.

A hepatite C age no organismo por vários anos sem desenvolver qualquer sintoma, até causar a cirrose (falência hepática) e, em outros casos, também o câncer de fígado. E ainda é dividida em quatro tipos de vírus: 1, 2, 3 e 4 – chamados de genótipos. O Incivek vai agir no genótipo 1, que é justamente o mais difícil de tratar, pois é resistente aos remédios que existem.
O presidente da ABPH explica que o tratamento da hepatite traz alguns efeitos indesejáveis. Os cabelos caem, os pacientes sentem dores na cabeça, no corpo. Ele ressalta que o novo medicamento será usado de maneira complementar.

Esse remédio não substitui os já existentes que é o Interferon (injeção semanal) e a Ribavirina (cápsulas diárias). O Incivek são cápsulas diárias, que deverão ser acrescentadas aos dois medicamentos, e tomadas por 12 semanas.
Silva alerta para a importância do teste, que pode ser feito por meio de exames de sangue, ou uma biópsia do fígado.

Pessoas de 30 a 60 anos, pessoas que tiveram transfusão de sangue, que vão muito a dentistas, que possuem tatuagens no corpo, estão no grupo de risco.

Cirurgia por robô: avanço real ou marketing?

O anuncio diz tudo. "Cirurgia robótica de próstata tem menos complicações, menos transfusões e melhores resultados que a cirurgia convencional". Médicos e hospitais que divulgam estas informações têm um entusiasmo exagerado com a nova tecnologia, mas, até a presente data, sem muito fundamento científico.

Não há estudos que demonstrem a superioridade de cirurgia robótica para a retirada da próstata em casos de câncer. Pelo contrário, um dos estudos que avaliou as complicações a curto prazo demonstra que o risco de impotência e de incontinência urinária (dificuldade de controle da urina) foi maior após cirurgia por robô. E não melhor. E isso nem é mencionado nos anúncios.
Quanto ao controle e à cura do câncer de próstata, não há estudos que comprovem que a operação por robô teria resultados superiores à cirurgia convencional. As dúvidas vão muito além. Não se sabe se o controle do câncer não seria pior que a cirurgia padrão atual. Apesar destas dúvidas não resolvidas - e não parece que seriam resolvidas no futuro próximo - a propaganda das instituições que investiram milhões de dólares na compra deste equipamento cresce rapidamente.
Um estudo realizado nos Estados Unidos recentemente demonstrou que, apesar de não haver vantagens comprovadas do robô, os centros que implantaram a cirurgia robótica conseguiram aumentar o número de cirurgias para a retirada da próstata de forma assustadora. E seu custo disparou. A cirurgia robótica encarece o procedimento em mais de 5.000,00 reais. Por enquanto, o marketing da cirurgia robótica está correndo a passos largos, enquanto que o embasamento e a confirmação científica se arrastam atrás. Hospitais e médicos ganham com isso. Fica a dúvida, ainda hoje, se há algum real benefício ao paciente. Teremos que aguardar algum estudo que demonstre a grande vantagem anunciada na mídia. Vamos esperar!
Fonte: Jpmed (Riad Younes)