Sonhei um rio de ácido que descia
A colina, as ruas, os corpos
Corroia, comia, ardia
Em outro sonho, era o fogo que se levantava
Contra os dogmas, contra as raízes
Virava cinzas, tudo
Em nova investida, presenciei as águas
Que inundavam a transparência, à força
Que desfalecidas, se entregavam
Vi estrelas que explodiam, podia até não ser real
No entanto, carregavam tudo em sua volta
Era energia versus matéria, luz versus sombra
Ouvi vozes que blasfemavam contra a razão
Também, não respeitavam os sentimentos...vis?
Não, resumiam-se a negativas pejorativas
Inconformado com meu descanso resolvi deitar
Neste sonho havia terra tremendo, um terremoto
Era o desequilíbrio, eram rachaduras
Do céu vieram granizos pequenos e grandes
O suficiente para causar prejuízos imensos
De alguma forma, no espírito meu, na mente
Acordei e lembrei-me de todos os detalhes
Que ainda doíam, magoavam-me, pois não conseguia discernir o medo
Um simples sonho, presente pesadelo
Edmar, 01.06.00, Maracanaú