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Após incasta refeição
Como em uma releitura gastronômica
Descansei como lágides no silêncio
Aquele ar de mequetrefe no mundo
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Estava lúcido, consciente
Como não poderia ter certeza?
Permaneço mentor da minha presença
Nesta vã certeza, a estória
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Pareciam sinos que soavam vertiginosamente
Em minha frente, bem próximo
Aquele metal vivo, gemente
Aquele som agudo e tórrido
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Uma brisa na névoa do ego
Paisagem típica da inconsciência
O descanso do medo
O alívio, a virtude, a luminescência
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O torpor ao indagar tal estado de equilíbrio
É um avesso do meu sentir exato
Um abstrato presente no brio
É este torpor , é este estado
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Não que eu possa parecer descritivo
No entanto, não posso me furtar
De preencher o fato preciso
Para breve anseio deste desenrolar
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Ao voltar para bendito episódio
O sono era evidente em cena
A amnésia me retarda o óbvio
Do sonho libertino sem pena
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Para não evidenciar o meu orgulho
De tão benevolente prece no leito
É impar este bizarro episódio oculto
Em páginas brancas do futuro
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Uma incoerente retomada do despertar
Se perpetua em gestos precisos
O bocejo alvissara as lágrimas
De calor reembebido de alívio
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É atroz a conjuntura da explicação
São linhas e pontos que se metamorfoseiam
Podendo se perder no gosto ou traição
Não do meu eu implícito, mas da palavra e emoção
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É merecido tão desassossegado plano
De alucinações literárias, verborragia
Ou simplesmente de um mero canto
Um canto jocoso, no entanto
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Ao acordar em meio a destroços
Da cama repartida de tecidos outros
Era possível me ver, eu ou ele
Nesta altura, ele, eu, os destroços
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Vinga a necessidade desta atenção
Não me permito ser pertinente
De poder ansiar esta coalizão
De metades inteiras autossuficientes
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O fato brusco em questão
Amaldiçoa-me em não distinguir
O padrão estabelecido como jargão
Minha mente fenestrada onde se esvazia a minha razão
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É pertinente a cena presenciada
Laboriosamente me detenho ali
Ao fluir meu gesto de desespero
Que, finalmente, se traduz como um sorrir
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Em uma tradução desta parceria
A precisão não fustiga nem futiliza-se
Pois ao merecer, solicito encontro
Entro em uma era de questionamentos em primazia
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Neste navio que carrega o espírito
A manutenção é abençoada para ambos
Como aconteceu a mim no exato momento
Da troca de olhares fúteis e polêmicos
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A crítica feita e analisada pelos dois
Era antiga e serena nesta praia
Sua brisa, seu remanso, sua certeza
Sabia disto, o meu pretérito arguia
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Em possível angústia da carne
Não me é permitido descrever
Já que não convém assinalar o subjetivo
O dever é lembrar e escrever
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Não quero nestas linhas ponderar
A verve destas sisudas pontes
Onde se situam entre uma estória
E o fato prolixo encontrado em montes
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Era eu que me enxergava
Ou engolia
Todas as frentes e versos
Da manhã que em mim escondia
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Aqui, talvez a resposta
Na dúvida a pergunta
Porque existir esta proposta?
Ali, talvez a solução
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Eu me presenciei ali
Lá como se fosse aqui
Nós, eu, ele e eu, todos
Todos, ali, aqui
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É possível indagar lucidez
Se há, se é possível
Ou perguntar sobre momentânea embriaguez
É substancial, é plausível
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No entanto, o ser pode criticar-se
Pode ser urgente a busca do outro
Tive o prazer
Tive o ouro
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Vi minha barriga, meus olhos
Sinceros, vesgos, vazios
Talvez, estive pensando
Talvez, dormindo
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É possível viver assim
Nesta angústias delirantes
Nesta vida sem precedentes
De uma história dilacerante
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Meu passado como do mundo
Se apresentava para avaliação
Para escuta e tradução
De flores, sombras para definição
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Festas, tempestades eu vi
Vácuos e densos, eu vi
O meu, nosso e o vosso, eu vi
Eu vi tudo, eu vi
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Posso suportar não acreditarem
Por imprecisas palavras
Vocabulários, sintaxe indesejáveis
Porém, a reflexão e a parcimônia são inegáveis
