segunda-feira, 30 de maio de 2011

Hepatite C: Novo remédio chega ao Brasil em outubro

Um novo remédio contra a hepatite C deve chegar ao Brasil em outubro. O Incivek, nome comercial do componente telaprevir, pode aumentar a chance de cura em até 79%. A agência de alimentos e medicamentos do Estados Unidos (FDA) aprovou a nova fórmula na última segunda-feira. O custo da medicação nos EUA varia entre US$ 20 mil e US$ 30 mil. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Portadores de Hepatite (ABPH), Humberto Silva, o composto é visto com otimismo.

Esse remédio vai complementar a esperança de cura dos portadores de hepatite C que há 20 anos vêm se tratando. No Brasil, são 3 milhões de pessoas infectadas, e apenas 10% sabem que estão doentes. É uma coisa assustadora.

Ao chegar ao país, o medicamento precisará ter o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializado. O Ministério da Saúde ainda não sabe qual será o valor do remédio no mercado nacional ou se o composto será distribuído no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além desse medicamento, foi aprovado em maio, o Victrelis, nome comercial do componente boceprevir. É um inibidor de protease – enzima de ligação fundamental para a multiplicação do vírus da hepatite C e age de maneira muito semelhante ao Incivek.

A hepatite C age no organismo por vários anos sem desenvolver qualquer sintoma, até causar a cirrose (falência hepática) e, em outros casos, também o câncer de fígado. E ainda é dividida em quatro tipos de vírus: 1, 2, 3 e 4 – chamados de genótipos. O Incivek vai agir no genótipo 1, que é justamente o mais difícil de tratar, pois é resistente aos remédios que existem.
O presidente da ABPH explica que o tratamento da hepatite traz alguns efeitos indesejáveis. Os cabelos caem, os pacientes sentem dores na cabeça, no corpo. Ele ressalta que o novo medicamento será usado de maneira complementar.

Esse remédio não substitui os já existentes que é o Interferon (injeção semanal) e a Ribavirina (cápsulas diárias). O Incivek são cápsulas diárias, que deverão ser acrescentadas aos dois medicamentos, e tomadas por 12 semanas.
Silva alerta para a importância do teste, que pode ser feito por meio de exames de sangue, ou uma biópsia do fígado.

Pessoas de 30 a 60 anos, pessoas que tiveram transfusão de sangue, que vão muito a dentistas, que possuem tatuagens no corpo, estão no grupo de risco.

Cirurgia por robô: avanço real ou marketing?

O anuncio diz tudo. "Cirurgia robótica de próstata tem menos complicações, menos transfusões e melhores resultados que a cirurgia convencional". Médicos e hospitais que divulgam estas informações têm um entusiasmo exagerado com a nova tecnologia, mas, até a presente data, sem muito fundamento científico.

Não há estudos que demonstrem a superioridade de cirurgia robótica para a retirada da próstata em casos de câncer. Pelo contrário, um dos estudos que avaliou as complicações a curto prazo demonstra que o risco de impotência e de incontinência urinária (dificuldade de controle da urina) foi maior após cirurgia por robô. E não melhor. E isso nem é mencionado nos anúncios.
Quanto ao controle e à cura do câncer de próstata, não há estudos que comprovem que a operação por robô teria resultados superiores à cirurgia convencional. As dúvidas vão muito além. Não se sabe se o controle do câncer não seria pior que a cirurgia padrão atual. Apesar destas dúvidas não resolvidas - e não parece que seriam resolvidas no futuro próximo - a propaganda das instituições que investiram milhões de dólares na compra deste equipamento cresce rapidamente.
Um estudo realizado nos Estados Unidos recentemente demonstrou que, apesar de não haver vantagens comprovadas do robô, os centros que implantaram a cirurgia robótica conseguiram aumentar o número de cirurgias para a retirada da próstata de forma assustadora. E seu custo disparou. A cirurgia robótica encarece o procedimento em mais de 5.000,00 reais. Por enquanto, o marketing da cirurgia robótica está correndo a passos largos, enquanto que o embasamento e a confirmação científica se arrastam atrás. Hospitais e médicos ganham com isso. Fica a dúvida, ainda hoje, se há algum real benefício ao paciente. Teremos que aguardar algum estudo que demonstre a grande vantagem anunciada na mídia. Vamos esperar!
Fonte: Jpmed (Riad Younes)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

DDD terá custo local entre 560 municípios a partir do dia 28 de maio

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou uma medida que irá beneficiar , direta ou indiretamente, até 68 milhões de pessoas em todo o Brasil, em cerca de 560 municípios: a partir de 28 de maio, usuários de telefones fixos de 39 regiões metropolitanas e três regiões integradas de desenvolvimento poderão realizar chamadas a custo de ligação local para municípios que apresentem continuidade geográfica e mesmo código de área nacional (DDD). A mudança foi publicada pela Anatel em 21 de janeiro de 2011, com a revisão do Regulamento sobre Áreas Locais para o Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC). O novo Regulamento amplia os critérios de definição de áreas locais, que passa a abranger o conjunto de municípios pertencentes a uma região metropolitana ou região integrada de desenvolvimento (Ride) que tenham continuidade geográfica e pertençam a um mesmo código nacional de área (DDD).
O novo regulamento também estabelece que as novas situações que se enquadrem na definição de Áreas com Continuidade Urbana ou em decorrência de solicitação fundamentada por parte da concessionária de telefonia fixa na modalidade do serviço local, serão revistas anualmente. As revisões de configuração da área local resultante da criação ou da alteração de regiões metropolitanas ou de Rides ocorrerão junto com as revisões quinquenais dos Contratos de Concessão. Os valores de ligações entre fixos e móveis [e vice-versa] não sofrerão mudanças com as alterações de áreas locais.
As regiões metropolitanas contempladas no Regulamento são: Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Londrina (PR), Maringá (PR), Baixada Santista (SP), Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), Vale do Aço (MG), Rio de Janeiro (RJ), Grande Vitória (ES), Goiânia (GO), Vale do Rio Cuiabá (MT), Salvador (BA), Aracaju (SE), Maceió (AL), Agreste (AL), Campina Grande (PB), João Pessoa (PB), Recife (PE), Natal (RN), Cariri (CE), Fortaleza (CE), Sudoeste Maranhense (MA), Belém (PA), Macapá (AP), Manaus (AM), Capital (RR), Central (RR), Sul do Estado (RR), Florianópolis (SC), Chapecó (SC), Vale do Itajaí (SC), Norte/Nordeste Catarinense (SC), Lages (SC), Carbonífera (SC), Tubarão (SC).
Segundo a Anatel, quanto às regiões de Foz do Rio Itajaí (SC), Grande São Luís (MA) e São Paulo (SP), todos os seus municípios já são considerados uma mesma área local. As Rides são Distrito Federal e Entorno (DF/GO/MG), Polo Petrolina e Juazeiro (PE/BA) e Grande Teresina (PI/MA).

Fonte: Correio do Brasil

Desemprego é o menor para meses de abril desde 2002

O desemprego é um fantasma que ainda persegue milhões de brasileiros

A taxa de desemprego fechou abril em 6,4%, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o menor para um mês de abril desde o início da série de coleta de dados da Pesquisa Mensal de Emprego, em 2002.
A taxa de abril é considerada estável em relação à registrada um mês antes, que foi 6,5%. Na comparação com abril de 2010, quando o indicador ficou em 7,3%, houve diminuição de 0,9 ponto percentual.
Desoneração
Um dos fatores que tende a contribuir para a redução no nível do desemprego está na proposta do governo para a reforma tributária, de desoneração total da folha de pagamento das empresas, informaram representantes das centrais sindicais que se reuniram com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quinta-feira. Para compensar a perda de receita da previdência social, o governo aumentará os impostos que incidem sobre o faturamento das empresas.
De acordo com a proposta, a alíquota de 20% da folha de pagamento que as empresas pagam para contribuir à Previdência Social seria gradualmente zerada em três anos. Em 2008, o governo tinha proposto a redução da alíquota de 20% para 14%, mas as discussões não avançaram no Congresso. Neste ano, o governo tinha informado apenas que desoneraria a folha de pagamento, mas não tinha apresentado o percentual.
No lugar da contribuição sobre a folha de pagamento, o governo aumentaria o PIS/Cofins, contribuições que incidem sobre o faturamento, ou criaria um tributo específico para financiar a Previdência Social, sem aumentar o desemprego. As alíquotas seriam diferenciadas, conforme os setores da economia, sendo menores para atividades mais intensivas em mão de obra, como as indústrias, e mais altas para setores com alto grau de tecnologia, como bancos.
– As empresas mais desenvolvidas tecnologicamente faturam muito e têm poucos funcionários. Portanto, contribuem menos para a Previdência [Social] que uma indústria, como a de vestuários, que tem mão de obra intensiva – disse o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP).
Segundo Paulo Pereira, um grupo de trabalho formado por representantes do governo e das centrais sindicais vai elaborar um estudo sobre as alíquotas a serem cobradas de cada setor da economia. As primeiras reuniões ocorrerão em junho. De acordo com ele, o governo pretende enviar a proposta ainda neste semestre ao Congresso Nacional para que a votação ocorra antes do fim do ano e a desoneração entre em vigor em 2012.
A reunião das centrais com o ministro da Fazenda durou quase três horas. Além do presidente da Força Sindical, compareceram ao encontro representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e mais quatro centrais sindicais. O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, também esteve presente, mas não falou com a imprensa sobre as novas propostas ou sobre o desemprego.
 Fonte: Correio do Brasil

Sala de aula brasileira é mais indisciplinada do que a média

Pesquisa foi realizada entre estudantes de 15 anos

As salas de aula brasileiras são mais indisciplinadas do que a média de outros países avaliados em um estudo do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).
O estudo, feito com dados de 2009 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta que, no Brasil, 67% dos alunos entrevistados disseram que seus professores “nunca ou quase nunca” têm de esperar um longo período até que a classe se acalme para dar prosseguimento à aula.
Entre os 66 países participantes da pesquisa, em média 72% dos alunos dizem que os professores “nunca ou quase nunca” têm de esperar que a classe se discipline.
Os países asiáticos são os mais bem colocados no estudo: no Japão, no Cazaquistão, em Xangai (China) e em Hong Kong, entre 93% e 89% dos alunos disseram que as classes costumam ser disciplinadas.
Finlândia, Grécia e Argentina são os países onde, segundo percepção dos alunos, os professores têm de esperar com mais frequência para que os alunos se acalmem.
O estudo foi feito com alunos na faixa dos 15 anos e dentificou que os distúrbios em sala de aula estão, em média, menores do que eram na pesquisa anterior, feita no ano 2000.
– A disciplina nas escolas não deteriorou – na verdade, melhorou na maioria dos países –, diz o texto da pesquisa.
– Em média, a porcentagem de estudantes que relataram que seus professores não têm de esperar muito tempo até que eles se acalmem aumentou em seis pontos percentuais.
Segundo o estudo, a bagunça em sala de aula tem efeito direto sobre o rendimento dos estudantes.
– Salas de aula e escolas com mais problemas de disciplina levam a menos aprendizado, já que os professores têm de gastar mais tempo criando um ambiente ordeiro antes que os ensinamentos possam começar –, afirma o relatório da OCDE.
– Estudantes que relatam que suas aulas são constantemente interrompidas têm performance pior do que estudantes que relatam que suas aulas têm menos interrupções.
A criação desse ambiente positivo em sala de aula tem a ver, segundo a OCDE, com uma “relação positiva entre alunos e professores”. Se os alunos sentem que são “levados a sério” por seus mestres, eles tendem a aprender mais e a ter uma conduta melhor, conclui o relatório.
No caso do Brasil, porém, a pesquisa mostra que os estudantes contam menos com seus professores do que há dez anos.
– Relações positivas entre alunos e professores não são limitadas a que os professores escutem (seus pupilos). Na Alemanha, por exemplo, a proporção de estudantes que relatou que os professores lhe dariam ajuda extra caso necessário cresceu de 59% em 2000 a 71% em 2009 –, afirma o relatório.
Já no Brasil essa proporção de estudantes caiu de 88% em 2000 para 78% em 2009.
25/5/2011 11:13,  Redação, com BBC

Decisão da justiça contra a SDE não autoriza cobrança de valores adicionais por médicos - nota de esclarecimento




Notícia publicada em: 20/5/2011
Portal CFM
Os médicos não podem cobrar valores adicionais de seus pacientes conveniados aos planos de saúde, conforme divulgado por alguns jornais nesta sexta-feira (20). O esclarecimento foi feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que distribuiu nota à imprensa e à sociedade, detalhando o ponto. Para entidade, a decisão da justiça federal contra medidas preventivas adotadas pela SDE foi uma vitória da categoria e da sociedade.
 
NOTA DE ESCLARECIMENTO À IMPRENSA E À SOCIEDADE
 
Em atenção à imprensa e à sociedade, em virtude de notícias veiculadas nesta sexta-feira (20), o Conselho Federal de Medicina (CFM) vem esclarecer que:
 
1)      A decisão da Justiça Federal que suspendeu os efeitos de medidas preventivas adotadas pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) não autoriza os médicos a cobrarem valores adicionais de seus pacientes conveniados aos planos de saúde;
 
2)      O CFM – amparado pelo Código de Ética Médica – proíbe este tipo de ação por parte de profissionais;
 
3)      Deve ser ressaltado que a decisão da Justiça autoriza os médicos e suas entidades a retomarem no processo de negociação em curso com as operadoras o uso de valores referenciais para a definição dos honorários, balizados pela Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que tem sido referendada pelo Poder Judiciário;
 
4)      Para o CFM, os médicos insatisfeitos com os valores oferecidos pelas operadoras podem se descredenciar – seguindo os critérios previstos em contratos - e preservando a assistência médica;
 
5)      A decisão da Justiça deixa claro que a SDE não tem competência sobre os médicos e suas entidades, pois não se tratam de empresas, mas, sim, de profissionais liberais e seus representantes.
 
O CFM considera a decisão uma vitória para os médicos e para a sociedade e espera, que do diálogo com os representantes das empresas da saúde suplementar, possam surgir as soluções para assegurar a devida assistência à população.

JUSTIÇA FEDERAL DERRUBA MEDIDA DA SDE CONTRA O MOVIMENTO MÉDICO

A Justiça Federal do Distrito Federal suspendeu, na última semana, a decisão da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, que publicou medida contrária ao movimento médico por remuneração digna e melhoria do atendimento aos usuários da saúde suplementar, deflagrado no dia 7 de abril. O Judiciário acatou proposta do Conselho Federal de Medicina (CFM) que, em 16 de maio, deu entrada com uma  ação ordinária na Justiça Federal, em Brasília, contra o processo administrativo instaurado pela SDE. Na ação, o CFM pleiteou a antecipação de tutela, aceita pela Justiça, o que implica a suspensão das medidas preventivas impostas.

Fonte: SBD (aos associados)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Falsos “condomínios” se alastram por todo o País, violando os direitos de propriedade e de cidadania

Sob o pretexto de oferecer segurança a cidadãos da classe média e até mesmo das classes C e D, organizações aparentemente legais, com endereços conhecidos e até registro no Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas (CNPJ), vêm sistematicamente cometendo vários crimes, entre outros, os tipificados como de extorsão e estelionato. As vítimas preferenciais dessas organizações são proprietários de imóveis em bairros "nobres" e da periferia das grandes cidades de São Paulo e de muitos municípios do interior do estado, assim como de todo o País. A denúncia é da Associação das Vítimas de Loteamentos e Residenciais do Estado de São Paulo – AVILESP.
Como evolução natural desse processo criminoso, surgiram recentemente no Rio de Janeiro as chamadas milícias, organizações paramilitares que prometem oferecer "segurança" aos moradores dos morros cariocas e eliminar quadrilhas de traficantes, tudo mediante o pagamento de "contribuições" de todos os moradores.


Constituídas por empresas de administração de falsos condomínios, por um verdadeiro exército paralelo de empresas de segurança privada e por associações de moradores de bairros, essas organizações são usadas para legitimar a criminosa violência a que se vêem submetidos os cidadãos e o Estado, conforme afirma o presidente da AVILESP, Nicodemo Sposato Neto*, acrescentando como funciona e se mantém o golpe milionário praticado em nome de “associações”. 
Trata-se de um Estado paralelo criado e mantido com apoio de câmaras municipais, prefeituras e, em alguns casos, legitimado por juízes e Tribunais de Justiça que agem, segundo destaca Sposato, "no mínimo de forma incompetente”, dando ganho de causa a essas organizações e, com isso, "jogando no lixo da Justiça direitos constitucionais federais e estaduais e leis ordinárias como as de uso e ocupação do solo (6.766/79) e o Código de Defesa do Consumidor”. 
“O esquema em nada se diferencia do largamente utilizado pela Máfia nos Estados Unidos em meados do século 20, com a venda de proteção forçada. E, tal como lá, envolve a arrecadação de bilhões e bilhões de reais por ano”, afirma a AVILESP. 

Do ponto de vista do cidadão brasileiro comum, “as maiores vítimas desse perverso e nefasto Estado paralelo”, diz Sposato, “são os direitos de propriedade, o de ir e vir, o de não se associar e o de cidadania”. Isso ocorre porque o Estado, constituído pelos três poderes da República, "abdicou do direito de garantir a segurança dos cidadãos, de realizar a gestão de áreas públicas e de fazer justiça de acordo com as leis vigentes”. 
“Esse esquema criminoso envida agora, em vários municípios e em alguns estados, todos os esforços para se legitimar”, diz Sposato. Segundo a Avilesp, é nessa direção que tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 3057/2000, de autoria de ninguém menos que o bispo Wanderval Santos, que recentemente renunciou ao mandato para evitar ser cassado por envolvimento nos escândalos do mensalão e dos sanguessugas, conforme está registrado em depoimentos de testemunhas em inquéritos policiais e em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). 
“Caso esse projeto, verdadeira ameaça aos direitos de propriedade, de livremente contratar e de dispor de seus bens, venha a ser aprovado, o que constituiria numa verdadeira insanidade dos representantes do povo (os deputados federais), os falsos condomínios, daí por diante, seriam legitimados e as associações de moradores passariam a ser sócias das propriedades dos cidadãos, com direito à penhora e à desapropriação desses bens, ainda que as únicas propriedades de seus donos”, explica Nicodemo Sposato Neto. 

COMO TUDO COMEÇOU...
As associações de moradores de bairros começaram a surgir na periferia das grandes cidades nas décadas de 1950 e 1960, como legítima mobilização de cidadãos para reivindicar melhorias para a região junto a órgãos públicos. Elas tinham uma atuação eminentemente política, de elo entre as comunidades e as autoridades, principalmente municipais, e políticos em geral. 

Funcionavam como órgãos de pressão para conquistar melhorias nos bairros: passar uma motoniveladora em ruas de terra, conseguir asfalto para as principais vias, iluminação pública, água encanada, serviços de correio e outros benefícios. Vários dos presidentes dessas associações tinham interesses políticos próprios ou partidários e eram usados eleitoralmente por vereadores e deputados para angariar votos da comunidade. Isso fazia parte do jogo político normal. 

A partir da década de 70, relata Sposato, com o aumento da violência nas grandes cidades, alguns empreendedores imobiliários lançaram loteamentos que, ilegalmente, passaram a denominar de “fechados”, uma vez que dotados de muros e portarias. Apesar de regidos pela Lei 6.766/79 (Dos loteamentos) e não pela Lei dos Condomínios (Lei 4561, de 16 de dezembro de 1964), passaram enganosamente a chamar esses empreendimentos de "condomínios horizontais" ou simplesmente "residenciais", como estratégia de marketing para atrair a classe média que, graças à veiculação de notícias sensacionalistas sobre violência, se sentia e ainda se sente desprotegida diante da falta de segurança. 


A partir daí, proliferaram empresas particulares de segurança, em geral formadas por ex-militares ou militares da ativa, tanto das Forças Armadas como das Polícias Civil e Militar, que viram nessa atividade um nicho de negócio. Era uma extensão dos pioneiros serviços de transportes de valores bancários, criados a partir do crescimento dos assaltos a bancos na década de 60. Atualmente, em conjunto, essas empresas constituem verdadeira "força de segurança" paralela, com milhares de agentes e um arsenal considerável de armamento leve e também pesado. 


ADMINISTRADORAS EM AÇÃO 


A esse grupo de empreendedores e firmas de segurança juntaram-se empresas de administração de "condomínios horizontais", que assumiram o controle do esquema, fazendo a ligação dos moradores desses falsos condomínios com os serviços de vigilância, diz Sposato. Com a proliferação desses loteamentos fechados, as administradoras passaram a manipular verdadeiras fortunas em dinheiro, atualmente calculadas em bilhões de reais por ano em todo o País, o que lhes dá cacife suficiente para influenciar prefeitos, vereadores, deputados estaduais, federais e senadores. 


Para ampliar suas atividades, restritas até então aos erroneamente denominados “loteamentos fechados”, as administradoras descobriram nas associações de moradores de bairros uma ótima oportunidade de negócio, oferecendo serviços de modo a profissionalizar essas entidades de vizinhança, já tradicionais nas cidades, mas com atuação eminentemente reivindicatória e que eram administradas pelos próprios moradores, com recursos provenientes de contribuições espontâneas dos vizinhos. 


Por influência das administradoras, e para dar aos moradores desses bairros maior sensação de segurança, as associações, com assessoria das administradoras de "condomínios", passaram a reivindicar às prefeituras locais a criação de bolsões residenciais, em que o perímetro da área seria protegido com cercas, portões, muros, a construção de guaritas ou portarias, dotadas de cancelas ou outros meios de criar obstáculos à passagem e a circulação de pedestres e veículos "indesejados" pelas ruas do bairro. Com isso, as associações se apropriaram de espaços públicos, como ruas, praças e áreas verdes e institucionais (que são do povo, patrimônio da cidade), para uso exclusivo de uns poucos moradores do local. "É a privatização do espaço público", diz Sposato. 


O GOLPE DOS "CONDOMÍNIOS" 


Paralelamente à atuação junto às associações de moradores, as administradoras não só influenciaram prefeitos e secretários, mas também os vereadores de várias cidades para aprovar leis de bolsões residenciais enviadas pelos prefeitos, que transferiam aos "diretores-laranjas" dessas entidades, segundo Sposato, o direito de fechar o bairro e assumir a manutenção de áreas públicas, além de oferecer serviços de vigilância e segurança aos moradores. “Trata-se de doação de espaços públicos a particulares, em que o poder público municipal abre mão de seus direitos (e os dos cidadãos) e das obrigações de prestar serviços públicos, para os quais cobra impostos, “onerando duplamente os moradores, com os impostos e mensalidades, rateios e taxas cobradas pelas administradoras”, afirma Sposato. 


Exemplo claro dessa situação é a área da Fazendinha, em Carapicuíba (SP), onde atua a Sociedade Amigos da Fazendinha. Essa área é formada por 17 bairros, correspondendo a cerca de 13% do município de Carapicuíba. O bolsão foi criado em 1998, pelo então prefeito Jorge Ikeda, por meio do Decreto Municipal 2652/98, que transferiu – ilegalmente – toda a área para um grupo particular, afirma o presidente da AVILESP. 


Essas leis de bolsões, além dos prejuízos que causam aos moradores dos bairros, são inconstitucionais, porque lei municipal não pode legislar sobre uso e ocupação do solo e a Constituição do Estado de São Paulo, em seu artigo 180, inciso VII, estabelece que "as áreas definidas em projeto de loteamento como áreas verdes ou institucionais não poderão, em qualquer hipótese, ter sua destinação, fim e objetivos originariamente estabelecidos alterados". 


O MARKETING DO TERROR 

O argumento central usado pelas administradoras para convencer as diretorias dessas associações e, por extensão, os moradores dos bairros, é o clamor público por segurança, diante do aumento da violência que se verifica, afirma Sposato. Para isso é usada uma estratégia eficiente de marketing do terror. As diretorias das associações, influenciadas pelas administradoras, passam a distribuir aos moradores boletins com relatos de ocorrências policiais registradas nas vizinhanças, como estupros, furtos, roubos, violência, seqÿestros-relâmpagos, mortes violentas, atentados ao pudor, venda de drogas e desova de cadáveres. 


A maioria desses registros, entretanto, não envolvem os moradores e são casos esporádicos, envolvendo vítimas alheias ao bairro. Mas esse é o argumento para que os diretores das associações "vendam" aos moradores os serviços de segurança oferecidos pela administradora. "Em vez de exigir das autoridades públicas mais segurança para o bairro, a associação recorre a um serviço particular que não oferece garantias de eficiência e eficácia. É a privatização do poder de polícia, uma atividade inerente ao Estado", diz Sposato. 


Os esquemas de vigilância oferecidos pelas administradoras e empresas de segurança, entretanto, funcionam mais como alívio psicológico para os moradores da área, que passam a se sentir mais seguros, com eventuais rondas de vigilantes fardados, a pé ou motorizados, equipados com sistemas de radiocomunicação. "Na verdade, esses esquemas não funcionam, porque as áreas desses falsos condomínios são extensas e não há condições de manter vigilância 24 horas por dia para cada residência. Além disso, o noticiário dos jornais mostra que, quando se trata de quadrilhas organizadas, esses esquemas de segurança não funcionam", diz Sposato. Servem apenas para aumentar despesas e engordar o lucro das administradoras. 

Na área das chácaras Santo Antonio e De La Rocca, na Granja Viana, município de Carapicuíba (SP), um morador foi alvo de seqÿestro-relâmpago quando chegava em casa e isso sob o olhar complacente de um vigilante, que nada pÿde fazer. Nessa mesma área, a empresa encarregada da vigilância há mais de dez anos relata: "(...) em apenas dois dias (madrugadas) ocorreram um assalto em residência, com matança de cachorros através de carne com veneno, e mais duas ocorrências de envenenamento de cães em duas residências diferentes". 


Como sempre, nesses casos, o apelo é no sentido de que é preciso reforçar a segurança, contratar mais vigilantes e usar mais motocicletas e veículos para as rondas. Ou seja, mais despesas para os moradores e, claro, mais lucros para as administradoras. 


E quem não paga está sujeito a situações constrangedoras. Um morador da Chácara Santo Antonio relatou seu drama no boletim de ocorrência 930/2006, registrado no 1º Distrito Policial de Carapicuíba: "A segurança local foi acionada, mas recusou-se a atender [enquanto estava ocorrendo o assalto à residência], por orientação da diretoria [da Associação], que alega que não deveria se envolver porque a casa assaltada não pertencia ao quadro de colaboradores". 

ESTELIONATO QUASE PERFEITO 

Para conseguir seus objetivos, as administradoras de condomínio, a pretexto de adaptar os estatutos das associações dos amigos de bairros ao novo Código Civil, impuseram modificações nesses regulamentos, de modo a vincular permanentemente a propriedade dos moradores, um bem real, à associação e à prestação de serviços que essa entidade supostamente presta. "Trata-se de um estelionato quase perfeito, em que essas associações, de uma hora para outra, se tornam sócios privilegiados das propriedades dos moradores, numa afronta ao direito de propriedade garantido pela Constituição", afirma Nicodemo Sposato Neto. 
As mudanças começam pela alteração do nome. Em vez de associação de amigos de bairro, a entidade passa a se denominar associação dos proprietários do bairro. O que era para ser uma entidade constituída por moradores que livremente se associavam a ela, passa a ser constituída "por todos os moradores e proprietários dos lotes" situados nos limites definidos unilateralmente e aleatoriamente pela associação. 

Além disso, o novo estatuto estabelece: "(...) todos os sócios deverão participar financeiramente e mensalmente para a melhoria e serviços prestados pela Associação com ou sem adesão, bem como com as verbas que forem aprovadas em Assembléias Extraordinárias para melhoria interna e segurança do bairro". 


Essa imposição viola dois itens do artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil: o XVII diz que "é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar"; e o XX diz que "ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado". 


"Esse absurdo se torna mais evidente pelo fato de a associação compulsória do morador estar vinculada não a uma eventual obrigação pessoal de pagar uma mensalidade, mas ao direito real de sua propriedade", afirma Sposato. Isso fica claro quando o estatuto estabelece que "a perda de qualidade de associado será determinada pela Diretoria, cabendo sempre recurso à Assembléia Geral, sendo que a obrigação dos encargos sociais permanecerá até que seja feita transferência da titularidade do imóvel junto ao Registro de Imóveis". Ou seja, o proprietário só poderá deixar a condição de associado, ou melhor, de pagante, caso venda o imóvel, e ainda assim se estiver quite com a associação. Caso contrário será aciona do na Justiça. 


INDÚSTRIA DE AÇÕES NA JUSTIÇA 


Essa situação deu origem a uma verdadeira indústria de ações de cobrança na Justiça, movidas por administradoras de condomínio em conjunto com escritórios de advocacia que dão andamento a processos em série, atravancando os fóruns e levando insegurança aos proprietários de imóveis, ameaçados de perder suas casas. 


Esse recurso ao judiciário, em vez de configurar a cobrança de um direito, é a última etapa do processo de extorsão que as associações e administradoras movem contra os moradores supostamente inadimplentes, segundo Nicodemo Sposato Neto. Tudo começa com o envio de boletos bancários de cobrança. Depois, começam a ser enviados comunicados informando que o morador está inadimplente com a associação e, portanto, sujeito a ação judicial. Posteriormente é expedida uma carta convidando o proprietário do imóvel a comparecer na administradora para saldar sua dívida. Em seguida, é enviada uma notificação extrajudicial ameaçando o morador, caso não pague o que supostamente deve, com a iminência de um a ação judicial, que, enfim, é movida no fórum local, com pedido de rito sumário, por "falta de pagamento de condomínio" (sic). 


Só na Comarca de Cotia, segundo levantamento da AVILESP, há cerca de mil ações de cobrança por supostas dívidas a esses falsos condomínios. “É verdadeiramente incrível, que juízes, deixando de observar a Constituição Federal, baseados no “eu acho”, continuem condenando os cidadãos ao pagamento de serviços que não contrataram, não querem e não desejam. A ilegalidade é flagrante”, afirma Sposato. 


Um dos casos mais graves é o do aposentado italiano Leopoldo Piacci, que vendeu um imóvel na Itália e comprou cinco terrenos no loteamento San Diego Park, em Cotia (SP), onde construiu sua casa. Posteriormente, foi criada a associação de moradores, que decidiu fechar o loteamento e cobrar taxa de manutenção dos moradores. Piacci se recusou a pagar e, processado, teve um dos lotes penhorados, onde estão uma fonte, uma sauna e metade da piscina – a outra metade faz parte de outro lote ainda não penhorado. 


SEM BASE LEGAL 


Nessas ações de cobrança, os advogados das administradoras e das associações lançam mão de pelo menos quatro argumentos. O primeiro é de que por analogia à Lei dos Condomínios, esses loteamentos, que na origem eram abertos e posteriormente foram fechados pelas associações ("com a conivência das autoridades públicas do município", diz Sposato) são na verdade condomínios, regidos por seus estatutos e pelas decisões das assembléias de associados, que, eles imaginam, têm poder de lei. O segundo é o de que, embora ninguém, por força de dispositivo constitucional, esteja obrigado a se associar, a propriedade está indissoluvelmente vinculada à respectiva associação, portanto sujeita a suas normas e decisões. O terceiro é o de que as propriedades situadas dentro dos limites da área definida pela entidade devem pagar o rateio das despesas efetuadas. E, finalmente, o quarto é o de que se alguém não paga está se enriquecendo ilicitamente, a custa dos demais moradores. 


Esses argumentos não se sustentam, na opinião de Nicodemo Sposato Neto. A lei que rege os loteamentos é a Lei do Parcelamento do Solo (Lei 6766/1979), uma vez que a Lei dos Condomínios só se aplica a condomínios verticais e a conjuntos de casas, em casos muito específicos. Nos falsos condomínios, segundo o presidente da Avilesp, não há convenção de condomínio, as ruas, praças e áreas verdes são de propriedade do município, e os proprietários de imóveis não possuem frações ideais de terreno, como ocorre nos verdadeiros condomínios verticais. 


A não-obrigatoriedade de associação, uma garantia constitucional, está escamoteada, segundo Sposato, pelo fato de essas associações vincularem as propriedades, e não seus donos, aos direitos e obrigações estatutários, a ponto de um "associado" só poder se desligar quando fizer a transferência do imóvel, no cartório de Registro de Imóveis da respectiva comarca, para novo proprietário, que, por sua vez, estará sujeito a todas as obrigações impostas pela associação, ainda que não queira se associar. “É um novo regime. E a Justiça – isso é que é de pasmar – vem engolindo esses artifícios”, diz Sposato. 

Pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei 8078, de 11 de setembro de 1990), ninguém é obrigado a pagar serviços que não tenha contratado, diz o presidente da Avilesp, citando o artigo 39: "É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: III - Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto ou fornecer qualquer serviço; IV - Executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes". 


O último argumento, o do enriquecimento ilícito, não se aplica ao caso, segundo Sposato, porque nessas associações uma minoria, encastelada na diretoria, às vezes por décadas, decide os gastos e, para não ter de arcar sozinha com os custos, "na verdade se enriquece indiretamente, ao não ter de desembolsar sozinha os valores, pois transfere os ÿnus de seus interesses de grupo para a grande maioria dos moradores". "O que há, portanto, é um enriquecimento ilícito dessa minoria e das empresas de administração de condomínio, mediante a socialização dos prejuízos", diz Sposato. 

Além disso, afirma o presidente da AVILESP, uma entidade sem fins lucrativos – "como aparentemente são as associações de moradores" –, não pode pleitear o enriquecimento sem causa dos não-pagantes porque não pode alegar que alguém se enriqueceu a custa dela. "Além disso, no ordenamento jurídico brasileiro, um dos requisitos básicos para uma ação de enriquecimento sem causa é o da existência de pessoa que tenha sofrido o correspondente empobrecimento, ou seja, o autor da ação, o que não é o caso das associações. E, mesmo que fosse, a pessoa prejudicada teria de provar que sofreu o respectivo e equivalente empobrecimento”. E o artigo 886 do novo Código Civil Brasileiro, explica Sposato, define que "não caberá a restituição por enriqu ecimento, se a lei conferir ao lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido". As associações, além de não serem pessoas físicas, “têm outros meios de se ressarcir, como define o Código Civil, rateando entre os verdadeiros associados os eventuais valores de serviços”, completa Sposato. 


REVIRAVOLTA NO STJ 


Apesar de juízes de primeira instância e Tribunais de Justiça, "por razões inexplicáveis, estarem afrontando a melhor doutrina e a jurisprudência", segundo Sposato, ao dar ganho de causa a associações, a situação está mudando nos tribunais superiores do País. Em 26 de outubro de 2005, ao julgar embargos de divergências, a segunda seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concluiu que "as taxas de manutenção criadas por associações de moradores não podem ser impostas a proprietário de imóvel que não é associado nem aderiu ao ato que constituiu o encargo". 


No dia 7 de maio deste ano, ao julgar recurso especial, a terceira turma do STJ decidiu por unanimidade dar ganho de causa a moradora do loteamento Vale do Eldorado, no Rio, contra decisão do Tribunal de Justiça do Estado, ao decidir que associação de moradores não pode ser considerada condomínio legalmente constituído, que os compradores de lotes não podem ser obrigados a se associar à entidade, e que os moradores também não são obrigados a pagar taxas de condomínio ou manutenção. 


Fonte: Carta Capital
* Nicodemo Sposato Neto era advogado, jornalista. presidente da Associação das Vítimas de Loteamentos e Residenciais do Estado de São Paulo (Avilesp), e no ano passado morreu de infarto fulminante, resultante das pressões, angústias e sofrimento diante das injustiças cometidas contra moradores de loteamentos, das quais também era vítima.


Fim do mundo não acontece e frustra seguidores de previsões apocalípticas

As previsões apocalípticas que prevêem o fim do mundo caem por terra, uma a uma.
O fim do mundo, como previsto pelo apóstolo apocalíptico Harold Camping, um engenheiro civil aposentado de 89 anos que construiu um empreendimento de milhões de dólares sem fins lucrativos com base em suas previsões apocalípticas, passou incólume pela Austrália. Em vários pontos do mundo, no entanto, muitos se recolheram para rezar por perdão enquanto esperavam pelo último dos dias. Outros, em lágrimas, reuniram-se aos filhos e preparavam-se para deixar suas casas e animais domésticos para trás enquanto aguardavam a viagem para o céu, naquele que seria o Dia do Arrebatamento. Seguidores de igrejas protestantes e neo fundamentalistas da Califórnia preconizavam este sábado como sendo o Dia do Julgamento previsto na Bíblia, no Alcorão e no Torá.
A mensagem do Dia do Julgamento foi disseminada para várias partes do globo por sites da internet e outros meios de divulgação por Harold Camping. Após meses em viagens pelo país para divulgação do Dia do Julgamento e distribuição de panfletos com trechos da Bíblia, Michael Garcia, um dos seguidores de Camping, pretendia passar a sexta-feira à noite com sua família em sua casa em Alameda, perto da sede do império midiático cristão de Oakland. Eles acreditam que o fim do mundo, provavelmente, vai começar às 18 horas nos diversos fusos horários do mundo.
Nós sabemos que o fim vai começar na Nova Zelândia e seguirá o sol. É por isso que Deus criou toda a tecnologia e os satélites para que todos possam vê-lo acontecer ao mesmo tempo – disse Garcia,de 39 anos e pai de seis crianças. Ele não foi localizado depois que o sol nasceu, neste sábado, sem trazer qualquer novidade além de um novo dia, nos lugares que seriam destruídos em um cataclisma.
As reações na internet, na véspera, porém, eram intensas após as 18 horas na Nova Zelândia.
A previsão de Harold Camping de que o dia 21 de maio era o Dia do Julgamento fracassou. Não há nenhum terremoto na Nova Zelândia”. Este era um dos comentários postados no Twitter.
Se esse fato do fim do mundo ainda está rolando…já são mais de 18 horas na Nova Zelândia e o mundo não acabou”, escreveu uma outra pessoa no Twitter.
As estações de rádio, canais de TV, transmissões de satélite e o website de Camping são controlados de um prédio humilde construído na rua que leva para o Aeroporto Internacional de Oakland, localizado entre uma loja de carros e um centro de quiromancia. A mensagem da Rádio da Família é transmitida em 61 línguas. Camping está esperando o retorno de Jesus Cristo pela segunda vez. Ele disse que a sua previsão apocalíptica de 1994 deu errado por um erro matemático.
Não estou constrangido por causa disso. É que a ocasião foi prematura – disse.
Mas desta vez, afirmou, “não há nenhuma chance de que não vá acontecer”.
Como o fim do mundo não ocorreu, os céticos realizaram festas temáticas para celebrar o que os anfitriões acreditam que será o fracasso do fim do mundo. Bares e restaurantes de Melbourne, na Austrália, até Flórida Keys faziam divulgação de eventos alusivos ao fracasso das previsões do fim do mundo, segundo informações da agência norte-americana de notícias Associated Press.

Fonte: Correio do Brasil

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mídia, oposição e o alarmismo a cerca da inflação


Achei interessante o que Guilherme Scalzilli fala em seu blog e resolvi dividir com vocês para saber o que vocês acham.
Eis o artigo, na íntegra:
Mídia, oposição e o alarmismo a cerca da inflação

Conversando com algumas pessoas próximas, ouço que uma severa crise econômica ronda o país. Investigo a fonte desse alarmismo e descubro, com certa surpresa, que são a CBN e os jornais televisivos, em especial o da Cultura. Não ouço a rádio da Globo há muitos anos, e procuro selecionar muito bem os programas da TV pública patrulhada pelo demotucanato. Mas é intrigante que a emissão da histeria apocalíptica esteja tão localizada e restrita. Não a encontro, pelo menos não com a mesma ênfase, nos grandes veículos impressos de São Paulo.
Desde que um marqueteiro de Bill Clinton inventou o lema “É a economia, estúpido!”, alguns propagandistas da mídia corporativa passaram a ver na boataria financeira uma arma infalível para abalar todo governo estável do planeta. É fácil produzir bobagens num universo tecnicista, onde frustrar expectativas faz parte do jogo. O fantasma inflacionário, lembrando a famosa “carestia” da ditadura, pode corroer a confiança do cidadão, refrear o consumo, o investimento, etc.
Mas por que um pedaço da direita aposta com veemência na catástrofe, enquanto outros, em tese interessados nos mesmos objetivos político-partidários, preferem silenciar ou utilizar a necessária ponderação?
Interesses pecuniários à parte (o pessimismo pode ser bastante rentável para quem o maneja), a resposta parece esconder-se no fato de que ninguém ainda conseguiu entender a verdadeira natureza do tumulto financeiro que abala EUA e Europa. Também existem indícios de esgotamento nessa história de tsunami e marolinha, pauta regular desde o início do governo Lula, antes, durante e depois dos últimos abalos sofridos pelas economias mundiais. O temor de conceder o mesmo triunfo a Dilma Rousseff talvez conduza a guinadas no descabelamento oposicionista.
 Por Guilherme Scalzilli, em seu blog


Trapaceiros virtuais atacam Apple Mac com falso antivírus

Os dias em que os usuários de Macs não precisavam se preocupar com ataques de malware aos seus computadores podem estar chegando ao fim.
Especialistas em segurança na Internet informaram que criminosos da computação começaram a tomar por alvo os usuários dos computadores da Apple, cada vez mais populares, por meio de um dos mais perniciosos tipos de malware: falsos programas antivírus.
Até agora, os hackers se concentravam em criar software prejudicial para máquinas acionadas pelo sistema operacional Windows, da Microsoft, que aciona mais de 90% dos computadores pessoais.
Mas os Macs estão crescendo em número e com isso se tornam alvos mais atraentes.
- Apenas quando uma plataforma conquista determinada porção de mercado se torna lucrativa para que um malware a ataque – disse Dino Daí Zovi, co-autor de The Mac Hacker’s Handbook.
- À medida que o Mac se torna mais popular, crescerá o número de ameaças.
O grupo de segurança McAfee registrou o aparecimento de uma “corrente constante” de vírus disfarçados de programas antivírus, na semana passada, em suas patrulhas na Internet contra o uso de malware, informou Dave Marcus, um dos principais pesquisadores da empresa.
O malware em forma de falso antivírus é baixado para os computadores quando uma pessoa clica em links dúbios oferecidos por programas de busca para termos comuns de pesquisa. Os programas também se espalham por meio de links distribuídos via e-mail, Twitter ou mensagens de Facebook.
Um porta-voz da Apple se recusou a comentar.
A defesa da segurança na computação está se tornando cada vez mais difícil, dada a proliferação de aparelhos interconectados registrada nos últimos anos. O ataque de hackers à PlayStation Network, da Sony –que revelou dados sobre mais de 100 milhões de usuários, no maior roubo online de dados já realizado–, realçou até que ponto os consumidores podem estar expostos.
O malware varia de programas que operam de forma camuflada a fim de obter dados pessoais a softwares como os falsos programas antivírus, cujo objetivo é propiciar oportunidades de lucro aos hackers.
18/5/2011 11:28,  Por redação (Correio do Brasil), com Reuters

terça-feira, 17 de maio de 2011

Buarque critica livros didáticos que admitem ensino com erros de gramática

O senador Cristovam Buarque é um nome de referência na educação brasileira.

Em discurso nesta segunda-feira, no Plenário, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou livros didáticos autorizados pelo Ministério da Educação (MEC) que admitem o ensino da língua portuguesa com erros de gramática. Assim, de acordo com o senador, o Brasil vai criar duas línguas: o Português dos condomínios e dos shoppings e o Português das ruas e dos campos.
- Permitir a criação de dois idiomas é quebrar o que há de mais substancial na unidade de um povo – afirmou.
O senador criticou o argumento de que é preciso quebrar o preconceito contra aqueles que não falam bem a língua oficial e afirmou que o ideal é ensinar a todos o português correto. Para Cristovam Buarque, o povo e a elite precisam aprender a língua oficial e sem erros. O senador lembrou que nos concursos públicos e vestibulares não são aceitos os erros de gramática.
- Não se trata de sotaque, nem de vocabulário, mas de gramática. Permitir duas línguas é fortalecer o apartheid brasileiro – disse o senador.
Cristovam Buarque manifestou desaprovação com o que chamou de “criatividade brasileira em relação às políticas sociais”. Segundo o parlamentar, essa tendência vem de há muito tempo, como com a publicação da Lei do Ventre Livre no lugar da abolição completa da escravatura, ainda no século 19. Para o senador, o vale-transporte e o vale-refeição são necessários porque não há um salário digno, que seria a verdadeira conquista do trabalhador.
O parlamentar declarou ainda que não é contrário à Bolsa Família, mas o “ideal seria que o programa não fosse necessário”. Cristovam disse também que as políticas sociais “fazem de conta” que os problemas são resolvidos.
- Tudo isso é pra não enfrentar o problema no seu âmago e na estrutura da sociedade brasileira – apontou.

Fonte: Correio do Brasil, ACS/Senado - de Brasília

sábado, 14 de maio de 2011

O tempo passa para todos. Como você está se cuidando? Fale com seu dermatologista!!!

Lembrando as chacretes na década de 80 e atualmente.


Desemprego cresce mais na camada mais pobre, cadê o milagre para eles?

A parcela mais pobre da população desempregada não foi beneficiada pela reativação do mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil. Entre agosto de 2004 e agosto deste ano, a taxa de desemprego dos 20% mais pobres (com renda per capita domiciliar inferior a R$ 203,3 por mês) saltou de 20,7% para 26,27%, o desemprego total caiu de 11,4% para 6,7%.
Entre os 20% mais ricos (com renda per capita domiciliar superior a R$ 812,3 mensais) a taxa de desocupação despencou de 4,04% para 1,4% nesse mesmo período. As informações são de levantamento inédito feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base nos dados da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números apontam para uma realidade mais dramática. Por si só, o forte crescimento da economia e do emprego formal não está sendo suficiente para fazer com que os mais pobres possam ter as mesmas oportunidades que as pessoas com maior renda têm de encontrar uma ocupação. “As dificuldades enfrentadas por essas pessoas estão diretamente relacionadas com a baixa escolaridade”, afirma o presidente do Ipea, Márcio Pochmann.
A questão é que o crescimento do emprego veio acompanhado de uma competição muito grande entre as empresas por trabalhadores qualificados. Quem não está preparado geralmente fica de fora. De acordo com o levantamento do Ipea, apenas 41,8% dos desempregados mais pobres frequentaram bancos escolares por período de 11 anos ou mais. Entre os mais ricos, o número sobe para 86,1%.
Outro fator que também pesa contra os mais pobres é a discriminação racial, tratamento injusto que ainda persiste em alguns setores do mercado de trabalho, mesmo que de forma velada. Os dados levantados pelo Ipea indicam que só 23,3% dos desempregados pertencentes a famílias de baixa renda são brancos. Já a parcela dos desempregados de famílias mais abastadas é composta por 72,5% de brancos. Nos últimos seis anos, o número de desempregados no chamado Brasil metropolitano caiu de 2,442 milhões para 1,6 milhão. Mas, a quantidade de desempregados de baixa renda aumentou de 652,1 mil para 667,7 mil.

Fonte> Jonal da Tarde (Marcelo Rehder)

Enquanto isso, em uma sala de aula do Brasil!!!


SER CHIQUE - SEMPRE (GLÓRIA KALIL)…relembrando!

Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como nos dias de hoje.
A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas.

Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas, muito mais que um belo carro Italiano.
O que faz uma  pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida.

Chique mesmo é quem fala baixo. Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras.
Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio.
Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuações inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta.

Chique mesmo é parar na faixa de pedestre e evitar se deixar l eva r pela mania nacional de jogar lixo na rua.
Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no el eva dor. É lembrar do aniversário dos amigos.

Chique mesmo é não se exceder jamais! Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir.
Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor. É  "desligar o radar" quando estiverem sentados à mesa do restaurante, e prestar verdadeira atenção a sua companhia.
Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.

Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite!
Mas  para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de  se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos retornar ao mesmo lugar, na mesma forma de energia.

Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não te faça bem.
Lembre-se:  o  diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour!

Porque, no final das contas, chique mesmo é ser feliz!


Paraguaios comemoram revisão do Tratado de Itaipu pelo Brasil, e nós???

O Senado brasileiro aprovou, na noite passada, o decreto legislativo que revê o Tratado de Itaipu, assinado em 1973 pelos dois países e, com isso, o Brasil triplica a compensação paga ao Paraguai pela cessão de energia gerada na usina hidrelétrica binacional de Itaipu. O valor passa de US$ 120 a US$ 360 milhões anuais.
Fruto de um acordo assinado em 2009 entre o então presidente brasileiro Lula e o presidente paraguaio Fernando Lugo, a aprovação do projeto foi comemorada no Paraguai como o início da soberania energética do país.
Para Lugo, que celebrou a aprovação com festa e anúncio público, essa é uma forma de “corrigir a terrível traição que ocorreu no regime do general Stroessner e os erros cometidos contra a nação e o povo do Paraguai no Tratado de Itaipu”.
Já o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Jorge Lara Castro, destacou que a aprovação do decreto “inicia um novo contexto de integração”.
Na opinião do engenheiro Ricardo Canese, a mudança é um ganho para toda a América Latina. Ele ressaltou que a conquista advém de uma luta de 38 anos e agradeceu aos brasileiros.
– O povo brasileiro, através de seus representantes, deu uma mostra de que a solidariedade, a fraternidade dos povos, a integração são factíveis – disse.
Também em clima de comemoração, o conselheiro de Itaipu corrobora do sentimento de vitória, mas alerta que este é apenas um primeiro passo, pois ainda é necessário discutir
a auditoria da dívida assumida pelos dois países com a construção de Itaipu e a cogestão, de fato, da usina binacional.
– Podemos dizer que fizemos o primeiro gol. A partida segue; continua em discussão o tema da dívida; há outros temas que continuaremos lutando – afirmou.
No mesmo sentido, o Partido Comunista do Paraguai alertou para a necessidade de a população se manter vigilante.
– Não devemos ficar na festa, mas exigir, como cidadãos, que o recurso obtido seja destinado aos setores mais excluídos de nossa economia, como os quase três milhões de paraguaios que vivem em situação de pobreza – disseram, em comunicado. Os comunistas defendem investimentos em infraestrutura e desenvolvimento social.
Também a Coordenação Nacional pela Integração e a Soberania Energética (Conise) salientou que o recurso extra deve ter destinação social. Em nota, a articulação composta por movimentos sociais defende que a cifra adicional repassada ao Paraguai pelo Brasil seja utilizada nos campos da educação, saúde, reforma agrária, povos originários, pessoas com deficiência, pessoas da terceira idade, moradias populares, água potável, saneamento básico, crédito produtivo, bolsas para estudantes pobres e capacitação para o trabalho. As propostas já haviam sido apresentadas ao Congresso Nacional em março deste ano.
Além disso, a Conise quer que a energia seja disponibilizada a preço justo, que haja transparência na gestão da usina e que as obras inacabadas sejam terminadas. Outra bandeira dos movimentos, no Paraguai, é a exportação da energia para a Argentina e o Uruguai.
13/5/2011 11:20,  Por Redação, com Brasil de Fato - de Asunción