terça-feira, 31 de julho de 2018

Poema Sueda


Bebi todo o âmbar dos teus seios
Revirei toda a língua inoportuna
Chamei de minha vigorosa nua

Bradei todo o meu amor
Avancei cercas nos teus campos
Debrucei-me em tua coxa com ardor

Derramei carinhos em ti
Valorizei cada pelo do teu corpo
Gritava quando ias partir
Blindava no teu retorno

E na cachoeira do teu pranto
Busca pertences meus
Encara-me agora com espanto
Adeus!

14.03.98

domingo, 29 de julho de 2018

Poema - Surrealismo



Esta soberba lucidez
Da terrível mansidão
Retrata o aroma da rês
Que pasta no campo solidão

Este teatro de bonecos
É da escória maldita
Que se exprime nos botecos

Infanticídio da loucura
Toda ela completa
Sem mais lacuna
Para a perfeição da imperfeição repleta

Desvio do ser idealíssimo
Conexão desplugada
Surrealismo

Natuba-PB, 19.10.99


segunda-feira, 23 de julho de 2018

Conto O Calor



Em um novo devaneio estético de um dos prédios que se posiciona exatamente ao lado da sua agência, toda a frente está ornamentada com lâminas de vidro espelhados que refletem, com todo o seu explendor, os fótons e a energia térmica cósmica oriunda de uma estrela de quinta grandeza que ilumina o nosso planeta não tão distante assim da gente: a luz emitida da fusão nuclear ali presente leva parcos 8 segundos para colidir com o nossa tênue ectosfera. Pois bem, este calor concentrado dirigido para a agência do Ribamar tem causado inúmeras achados curiosos: peças de plástico que formavam as letras garrafais exuberantes da agência estavam em um processo de derretimento franco após a instação das lâminas espelhadas no outro prédio, muito calor mesmo. Os aparelhos de ar condicionado estavam passando por um processo de revisões mais constantes já que o calor interno da agência aumentou e para conseguir manter 30 graus! ,  ajustados no termostato, estavam tendo que colocar os bofes para fora com o ventilador ao máximo. Interessante o processo de adequação que o homem se habitua:  antes do aumento súbito do calor pela espelhada decoração do outro prédio, era comum a necessidade de desligar alguns aparelhos de ar condicionado ou aumentar um pouco a temperatura, pois o frio era intenso. Alguns clientes costumazes já vinham para o estabelecimento com casacos comprados em alguma viagem para um lugar um pouco mais frio como o Alaska. Já ocorrera de um cliente neófito que estava aguardando uma longa jornada de cadastro para avaliação de empréstimo ter sofrido de hipotermia – alguns confessam que o incidente acelerou a aprovação do empréstimo solicitado pelo cliente que pedia uma fábula para abertura de uma merceria especializada em carne de gia em Aquiraz, cidade conhecida por possuir a primeira casa do estado do Ceará e que é conhecido o desgosto da população pela carne do dito réptil.
Ribamar já não aguentava mais a sudorese que afetava, principalmente, as suas axilas. Ficava marcado por mais que tivesse tentado usar vários tipos de desodorantes para evitar o suor. No ambiente de trabalho, tinha que manter a discrição e se mostrar higiênico: uma agonia. Pensava que o próprio nervosismo levava a piorar a cachoeira axilar. Cada vez mais, passava a usar camisas de cores escuras, pois evidenciava menos o rio que surgia sob seus ombros. Começou a investigar sobre o assunto e descobriu que tem pessoas que tem sudorese excessiva em outras regiões do corpo: mãos suadas que podem borrar cartas ou documentos – motivo de demissão do trabalho, - absurdo, pensou. Outros podem escorregar devido os pés que, também, suam patologicamente. Começou a achar que o melhor é se contentar com o seu suor e agradecer a Deus porque não fedia – esqueceu de perguntar para quem trabalhava perto dele sobre o odor que beirava o enxofre. Acontece que com as altas temperaturas dentro da agência, suas roupas estavam encharcadas e não conseguia mais esconder este incomodo.
Quem vive em cidades quentes, ensolaradas, principalmente no sertão, onde a maior parte do tempo o céu é azul, sem nuvens, acha lindo um céu cinzento. Sensação de alegria coletiva quando se olha para cima e tudo está nublado – possibilidade de chuva real e temperatura mais amena. O sol que queima as frontes desnudas deste povo. mais concentrada em áreas próximas do equador, dá uma trégua tênue e refrescante. De repente, um povo que se acostuma a se proteger cada vez mais do sol cáustico usando roupas que cobrem todo o corpo, bonés, protetores solares, diminuem os cuidados quando o sol desaparece por detrás das nuvens e, mais uma vez, notam que o sol queima suas peles por mais que encontre vapores de águas no seu caminho. Ribamar, na verdade, nem gosta de usar protetor solar porque acha melequento e caro. Ele tinha vontade de morar em um locar que fosse nublado e frio o tempo todo. Acreditava assim que poderia diminuir o seu suor, não era uma idéia por demais tola. Enfim, entre sonhos e soluções, tinha que encontrar uma cura para o mal que o afligia.
Tinha que procurar um especialista que o ajudasse, algum médico, mas qual seria$ Às 2 horas da madrugada, chegou na emergência de uma hospital que havia no seu bairro. Após uma demora de 1 hora, adentrou o consultório médico:
- boa noite, adianta Ribamar para criar um vínculo com o médico que se encontra já abatido de uma noite de muito trabalho na emegência.
- boa noite, responde o médico imaginando o que um senhor com um aparente vigor físico estaria em uma emergência médica naquela hora
- Doutor, eu tenho um problema grave e gostaria de pedir uma ajuda ao senhor, desabafa Ribamar. Tenho uma suadeira no meu suvaco mesmo, cansei de falar axila, o nome é suvaco mesmo, o senhor me perdoe – confessa Ribamar. Nosso protagonista relata todo o seu infortúnio da sua sudorese e aguarda a solução do médico.
- Senhor Ribamar, excesso de suor não é motivo de vir para emergência, pondera o médico. Subitamente, o doutor reflete um pouco e decide pelo menos orientar o paciente para que o mesmo não fique sem solução para o seu caso. O médico namorava outra médica que é dermatologista e já ouvira falar que somente haviam 3 tipos de tratamentos: cremes que diminuiam o suor, cirurgias que seccionavam o nervo que produz o estímulo do suor e a injeção de toxina botulínica na área afetada. Orientou, portanto, o suado paciente a procurar uma consulta com o dermatologista.
- Se o senhor não tiver plano de saúde ou pagar uma consulta com um médico particular, o senhor deve solicitar um encaminhamento em um posto de saúde – finalizava a consulta o médico com a sensação de dever cumprido.
Finalmente, após muitos percalços, Ribamar consegue ser consultado por um dermatologista que atende na rede pública em um centro de referência em dermatologia. Fica um pouco triste quando descobre que a loção para diminuir o suor que o médico dermatologista tinha receitado não tinha surtido o efeito que ele desejara. Volta para a consulta do especialista e se depara com um dilema: se submeter a fazer uma cirurgia por um cirurgião para seccionar um nervo que inerva a área da axila e abole a secreção de suor em toda a área inervada pelo dito nervo e arcar com a possibilidade de ficar com uma área anestesiada se afetar algum feixe nervoso ou aplicar uma substância, chamada de toxina botulínica, em vários pontos sob pele, que diminui, temporariamente, a produção de suor – método menos agressivo e caro, já que o serviço público não considera a sudorese excessiva como doença e não disponibiliza este fármaco.
Começou com a peregrinação de tentar encontrar alguma outra forma de resolver o seu problema sem ter que passar por estas orientações médicas já que o valor dos tratamentos era proibitivo para o seu parco orçamento. Fez uso de vários chás, garrafadas, esfregou a casca de romã na pele suada, até banha de bode capado foi usado como tratamento alternativo, todas tentativas vãs. Até que um dia, recebe uma ligação do centro de dermatologia referindo que havia iniciado uma pesquisa para o tratamento para sudorese com laser e o dermatologista que houvera atendido ele lembrou do seu caso. Um súbito contentamento tomou posse do seu ser e, entre choro e palavras desconexas pelo nervosismo, aceitou comparecer na outra manhã para iniciar o processo de tratamento proposto. Um sucesso. Logo nas primeiras aplicações, o resultado já era evidente – não se formava suor na área axilar, totalmente abolido. Ribamar nas consultas posteriores com seu médico dermatologista não parava de explicar como a sua vida estava transformada, estava usando roupas melhores, caprichando no visual, voltou até a estudar para concluir o segundo grau pensando em iniciar uma faculdade. Isso era um alento para aquele dermatologista cansado. Uma vida impactada pelo sucesso de um tratamento. No meio de seus livros e teses acadêmicas, há um vasto espaço para os milagres nas doenças, em boa parte dos casos, de difícil ou impossível tratamento. Não totalmente satisfeito, procura os arquivos da pesquisa para compreender todo o método empregado. Descobriu que foram utilizados dois grupos de pessoas, no primeito era injetado uma nova fórmula de um derivado sintético da toxina botulínica nas axilas de paciente com excesso de suor e em um outro grupo era injetado apenas água destilada, isto é, sem efeito biológico nenhum. Pra sua surpresa o Ribamar estava arrolado no grupo dos que receberam a injeção de água destilada. Como seria possível$ Pensou em ligar para o Ribamar e contar este achado e dividir consigo esta surpresa, mas ponderou e entendeu que este efeito placebo não deveria ser mencionado. A fé no tratamento foi tão grande que seu corpo acreditou na cura e se automodelou, um milagre. É quando o excesso de otimismo da esperança cura o pessimismo da evidência!

Conto A Idade Avançada da Nivia



Sobre a idade avançada de alguns, por atroz ingratidão, negam suas sutis rugas e os cabelos brancos usando subterfúgios comerciais como tinturas mais escuras para os frâneros que protegem o couro cabeludo ou o veneno dourado do botulismo, agora, reescrita como toxina botulínica – beleza líquida – que remodelam as fácies de um ancião ou anciã ou mesmo de mais jovens obscurecidos pela dádiva da beleza infinita. Por becos escuros e soturnos da vergonha, vai dissimulando a idade, negando, até, o conhecimento da sua data de nascimento, sempre uma incógnita talvez por medo de se encontrar como refere Kleber Novartes, “A velhice dá certo medo. O medo de eu olhar pra trás, e descobrir quem eu realmente fui a vida inteira”.
Parece que o Barão de Itararé descrevera Nivia há muitos anos atrás, “as mulheres de certa idade nunca são de idade certa”. Por diversos relacionamentos, nada se sabia sobre a sua verdadeira idade, um tabu. Tinha costume de ver fotos de amigos, conhecidos e familiares quando eram mais novos para poder comparar com a imagem atual, tentando assim, criar uma perspectiva abstrata do que poderia estar acontecendo consigo, já que, não conseguia parar de negar que, também, estava envelhecendo. Vários namoros foram desmanchados por esta busca incensante de adivinhar a sua idade. O constrangimento causado já virara piada entre os conhecedores da crença limitante de Nivia. Amigos lhe sobraram quando aprenderam a evitar este molvediço assunto. Por mais que tentassem subvalorizar a sua idade, mais ela supervalorizava criando um tabu de proporções gigantescas. Júlio Dantas explicava  que “a velhice é um simples preconceito aritmético, e todos nós seríamos mais jovens se não tivéssemos o péssimo hábito de contar os anos que vivemos”, mas a fragmentação do tempo em anos, dias, horas para ajudar na organização de tarefas no mundo virou um tormento de escala avassaladora para na autoestima da Nivia.
Velhice – por muito tempo, Nivia ouvira falar diversos enfoques a respeito deste assunto, “a idade é algo que não tem importância, a não ser que você seja um queijo” segundo Edmund Burke. Mais uma vez a comparação de uma vida rica de ensinamentos, aperfeiçoamentos como afirmava Marco Túlio Cícero, “os homens são como vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons” com massas amorfas como um queijo é necessário para poder chocar os mais incautos sobre a beleza do viver. A cada fração de tempo vivida, há um acúmulo de informações captadas pelos nossos diversos sentidos que irão se fundir e determinar as mais diversas ações. Uma canção que fora lançada em épocas juvenis da nossa protagonista, quando ouvida em dias recentes, desperta uma sensação de melancolia, saudades de uma época que, aparentemente, era mais feliz. Esta capacidade de esquecer a maioria das angústias vividas outrora como quando repetira de ano na quinta série, tentativas frustadas de passar no vestibular são trocadas pelos requícios das passageiras alegrias dos encontros com seus amigos, viagens com a família. Alguns amigos elaboravam meios de tentar ajudar a Nivia de encontrar paz neste mundo indicando psicólogos, longas conversas em cafés, viagens para buscar um equilíbrio em seu ser, mas, cada vez mais, o tempo em sua tez era marcante. Certa vez, mostraram para ela um copo de vidro transparante com um suco, aparentemente, de laranja e perguntaram-na como ela o descrevia, após alguns segundos, ela referiu que não gostava dessas brincadeiras de criança quando um dos interrogadores desejando incentivá-la, perguntou: -“ Nivia, tu achas que este copo está meio cheio ou meio vazio$, longa espera. Seus olhos foram se avermelhando e uma súbita comoção preencheu o recinto quando suas lágrimas afogaram todas as esperanças dos participantes daquela reunião de amigos. Nivia já não suportava mais as indagações sobre sua idade ou tentativas de fazê-la socializar. Ela se afastou de vez dos últimos contatos. Raramente, era vista nas calçadas ou trabalho. Fora demitida sem ao menos saber do ocorrido. Alguns pensamentos começavam a se repetir automaticamente como as batidas do seu coração cada vez mais débil. Após seis meses da indagação sobre o copo, lembrou que poderia ter respondido pela metade – de certa forma, seria uma forma sábia de sair daquela situação constrangedora, mas ela não acreditava nesta saída. Na verdade, deste o primeiro momento, ela gostaria de extravasar a sua consternação em seguir parâmetros definidos da sociedade que a cercava: que roupa irá usar na festa de formatura$ o que vai almoçar$ quantos filhos quer ter$ e a mais cruel – qual a sua idade$! Bastaria responder a uma simples questão.
De repente, em meio às diversas explicações psicológicas, sociológicas e até metafísicas, Nivia sente o peso de uma vida amargurada em fuga de uma aterrorizante verdade equitativa para todos os seres: o tempo não para. Ela estava lembrando das diversas histórias que ouvira do seu irmão sobre deuses mitológicos e não poderia deixar de reviver os momentos de sofrimento quando rememorava o trabalho ininterrupto de Sísifo carregando aquela pedra de mármore enorme montanha acima. Seu irmão contava que todos tinham sua pedra de mármore para carregar, a decisão era diminuir a pedra ou fazê-la desaparecer: livre arbítrio. Nivia, por fim, decide se livrar desta fatídica lide de se envergonhar da sua idade. Reveste-se de uma coragem inatingível e ensaia os primeiros passos de como lhe dar com a sua fobia. Começa a ligar para os diversos conhecidos, amigos que ainda lhe restam e mesmo os que há anos não tinha mais contato e familiares que chegaram a questionar a sua cognição e juízo. Ela tinha que ferir de morte o seu maior pesadelo. Ela tinha que vê-lo sangrar até que a última fagulha de existência se esvaia daquele corpo amorfo pútrido que a acompanhava em um mundo de dor, solidão e vergonha.
Todos reunidos em uma grande sala, ouvem pasmados, uma mulher se esvair em lágrimas e descrever todo o seu infortúnio por viver uma vida tão infeliz e angustiante. Em um brado de pavor e fúria, solicita com seus plenos pulmões que a indaguem qual é a sua idade e todos ainda sem entender, começam a perguntá-la em uma consonância de liberdade e vitória. Ao longo de silenciosos minutos em que pode se ouvir uma platéia ofegante e esperançosa e soluços esparsos da protagonista, esta balbucia sons entremeados que começam a ficar repetidos e mais claros a medida que vai inclinando a sua cabeça para cima e já rouca de tando gritar, percebe-se o que diz: eu tenho 30 anos!!!
Finalizado em 22.03.17
Faz parte da antologia sobrames À flor da pele - 2017



Texto lido na posse do Sindicato dos Médicos do Ceará - gestão 2018-2020


Antes de tudo, agradecer a Deus pela oportunidade de estar presente nesta posse cercado de amigos e familiares.
Boa noite
Agradeço a presença de todos
Senhores e senhoras,
É com grande honra que presidirei o Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará nesta nova gestão. Sinto-me preparado para assumir este compromisso, pois tive a oportunidade de conviver,nestes 3 últimos, anos com profissionais capacitados que se transformaram em verdadeiros amigos e conselheiros. A Dra.Mayra Pinheiro e todos os diretores da gestão que agora finda, foram exemplos de compromisso com a categoria médica. O legado que a administração presidida pela Dra.Mayra Pinheiro deixou será exemplo para as futuras gestões do sindicato e para outras entidades médicas. Nos aproximamos de outros sindicatos... que serviram de exemplo para a nossa gestão.
Tenho a oportunidade de fazer parte de um seleto grupo de grandes profissionais que assumiram o compromisso de defender a categoria médica nos próximos 3 anos. Dos 22 membros, 4 são da gestão anterior significando um compromisso de renovação e estímulo para a formação de novas lideranças médicas.
Precisamos manter a qualidade implantada pela gestão da Dra.Mayra Pinheiro: defesa da saúde pública e privada com responsabilidade e justiça; acolher o médico e procurar apoiá-lo de forma personalizada e eficiente; avaliar cada denúncia e propor soluções com o objetivo de ajudar a difícil tarefa de gerenciar a pasta da saúde.
Dentre outras ações devemos priorizar:
I - Incrementar nossa participação nos 184 municípios do estado de Ceará. O médico deve-se sentir protegido pelo Sindicato dos Médicos do Ceará 24 horas por dia.
II – apoiar o jovem médico, incluindo o residente, em um campo de trabalho cada vez mais restrito. Cabe, também, lembrar do Sindicato Estudantil que tem se revelado promissor por aproximar mais o estudante do seu futuro ambiente de trabalho.
III – Fazemos parte da Comissão Estadual de Honorários Médicos. Iremos trabalhar por melhores reajustes junto aos planos de saúde. Neste ano, já convocamos todas as especialidades para uma assembléia para poder representá-los nas negociações. Já foram solicitadas reuniões com todos os planos de saúde.
Por fim, desejamos honrar o compromisso que nos foi confiado. Desta forma, convoco todos os médicos do estado de Ceará para trabalharmos, unidos, por uma medicina digna para médicos e pacientes.
Desejo lembrar aos médicos a importância de se associar ao Sindicato dos Médicos.
Muito obrigado pela presença de todos e que Deus abençoe este novo mandato, amém

Presidente Edmar Fernandes de Araujo Filho

Conto Os Caminhos do Ceará



Esta história começa no final dos anos 50, quando o Ceará era um estado com, aproximadamente, 2 700 000 habitantes que viviam as aventuras e desventuras de um povo amável, trabalhador e resiliente em uma terra árida, com 99% do seu território em pleno sertão. Ao final da tarde, o terceiro filho do seu Júlio, com oito anos de idade, ia tangendo jumentos para transportar mangas que foram colhidas nos dias anteriores para o mercado São Sebastião, no centro de Fortaleza, distante 40Km, a pé. Acordava empolgado porque, como era o único que ajudava nas despesas da casa, recebia um alimento mais reforçado, mas, na maioria das vezes, somente, havia para beber uma meia xícara de café para suportar a jornada. Ele morava em uma região afastada do centro de Aquiraz, Sítio do Marquês, divisa do distrito, que, posteriormente, iria se emancipar em 1987, Eusébio.
A família do seu Júlio gostava de contar as histórias dos seus antepassados e valorizar seu solo. Com muito orgulho, referem que a primeira casa do Ceará que fica por trás da Igreja da Sé, ainda, pertence a família no centro de Aquiraz. Os aquirazenses têm orgulho de narrar a história de sua bela Aquiraz que no começo foi criada como vila em 1699 e, a partir de 1713, tornou-se a capital da então capitania do Siará Grande até o ano de 1726, quando a capital foi transferida para Fortaleza.
O trabalho era exaustivo, mas o único recurso que havia na época nesta pobre região para conseguir algum sustento. Era mês de novembro, época das mangas, quando era possível presenciar a formação de um tapete rosa amarelo de mangas que repousavam no chão aos montes. Era necessário recolher as frutas de melhor qualidade para encher os caçuás dos dez jumentos que percorreriam todo o percurso acompanhado de dois homens que faziam a negociação com os vendedores que aguardavam a mercadoria. Cada caçuá tinha a capacidade de levar cem mangas e cada jumento levava dois caçuás pendurados nas cangalhas. Eram duas mil mangas para serem transportadas de cada vez. Saíam ao final da tarde, quando o sol estava mais ameno e percorreriam uma longa jornada até chegar na única parada do caminho onde hoje se situa o viaduto da Raul Barbosa que atravessa a BR-116 para tomar uma xícara de café com meio pão d’água, aproximadamente, às 4h ; era um momento de grande alegria devido a fartura de comida para aquele faminto e esguio garoto.
Após um breve descanso, continuam a jornada até o Mercado Central que fica situado próximo à atual Avenida da Bezerra de Menezes, na época coberta por calçamento. O filho do seu Vicente aguardava a venda de todas as frutas que durava até às 6h da manhã quando voltava para casa com previsão de chegada para às 15h. Quando não era época de manga, também, fazia transporte de maxixe ou feijão-verde, dependendo da colheita. Cada viagem rendia o equivalente a meio litro de feijão e de farinha, cem gramas de café e de açúcar.
Os filhos do seu Júlio, diariamente, procuravam outras formas para se alimentar como caçar preás e cassacos, pescar no Rio Pacoti, pegar caranguejo ou, pelo menos, aratus para fazer um caldo quando a pescaria não era suficiente para a família. Costumeiramente, contam um episódio de forma jocosa quando ao retornar de uma pescaria malsucedida, encontraram um cacho de bananas e ficaram extasiados. Como estavam muito famintos, comeram algumas bananas que, ainda, estavam verdes com casca para poder aproveitar ao máximo a refeição e não desperdiçar nada. Após ficarem satisfeitos, notaram que o restante das bananas estavam maduras, mas não conseguiam mais comer, pois todos estavam saciados de tanto comer banana verde com casca.
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Agosto, é uma época de festa na cidade de Várzea Alegre, distante 92 km de Juazeiro do Norte, na região do Cariri, que se destaca pela produção de arroz há décadas, quando é celebrado, há mais de 162 anos, o padroeiro da cidade, São Raimundo Nonato. As filhas do seu Vicente adoravam estes tempos festivos. Esqueciam o luto vivido pela família quando o pai, envolvido com alcoolismo e jogos, perdeu todas as posses das terras que lhe restava. Em um chão seco e sem vida, a posse de um terreno, significava um ativo que poderia ser vendido, mesmo que a preços vis, em uma grande estiagem, que era comum de acontecer no centro do único estado do Brasil, totalmente, inserido no sertão nordestino. As filhas do seu Vicente começaram a sonhar em fugir para uma terra sonhada, banhado pelo mar, dunas brancas e rico de possibilidades chamada Fortaleza.
Moldada pela astúcia dos antepassados dos varzealegrenses, uma das filhas do seu Vicente busca o sustento negociando todo e qualquer objeto que pudesse despertar interesse nas pessoas. Desenvolveu um espírito fraterno e amigo que buscava a amizade para conseguir vender seus produtos e formar uma carta de clientes fiéis.
O medo do fracasso e da miséria assolavam seus pensamentos. A dor da privação, da fome, eram cicatrizes que ardiam em suas têmporas. Não suportaria apresentar este mundo para seus futuros filhos. Sim, sonhava ter uma família, crianças robustas, bem alimentadas, coradas, estudiosas para poder passar em uma faculdade e se formar, era um projeto de longo prazo. Estudar em um colégio que garantisse a qualidade de estudos era fundamental. Se dispunha a ser faxineira de um grande colégio particular para poder acompanhar o desenvolvimento intelectual dos seus filhos. Acordava cedo, sem sono, disposta e, depois de um preenchido dia de trabalho de boas ou más vendas, além do emprego de secretária de uma escola primária, dormia entremeada pelos capítulos das novelas que era o seu único passatempo. Nunca sabia do desfecho das telenovelas, já que, não conseguia permanecer desperta para assistir a todas as cenas, um inconstante despertar e adormecer durante a programação devido o dia laborioso e a própria virtude de conseguir iniciar o sono logo ao deitar.
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O filho do seu Júlio conheceu e se apaixonou pela filha do seu Vicente na ensolarada capital do Ceará. Nos primeiros anos, se deleitavam nas suas inúmeras praias de águas quentes, algumas vezes traiçoeiras como as ondas da beira-mar que quase afogaram o filho do seu Júlio quando este, desejando mostrar sua masculinidade e virilidade, ousou desafiar a força incomensurável do Oceano Atlântico que banha o norte do estado, particularmente, da Praia do Náutico, em um dos espigões que já existiam na década de 80 para tentar evitar o avanço do mar nos belos calçadões dos arredores da Volta da Jurema.
Havia alegrias da família constituída, mas as decepções não programadas de um relacionamento temperavam suas convivências. Todas as experiências e exemplos vividos ao longo dos seus anos estavam em conflito no matrimônio. O nascimento dos filhos, permitiu a formação de um vínculo forte, afetivo e um propósito além das suas necessidades circunstanciais. Ao mesmo tempo, era possível galgar conquistas financeiras discretas, mas constantes, como a aquisição da primeira casa própria. Neste momento, todo o passado de carência financeira se extinguia e começavam a viver em um mundo que seria impossível há alguns anos.
A história deste casal refletida se assemelhava ao deste bonito e sofrido estado do Ceará. Períodos de chuva e sol, terra seca marrom com ar seco que arde nas narinas em contraste com um mato molhado em período de inverno de agradável aroma. Céu azul sem nuvens que fazem a festas dos turistas nas aprazíveis Praias de Jericoacoara, Pecém, Cumbuco, Beberibe e do tempo nublado que traz esperança e alegria para os agricultores que assistem o renascer dos rios como o Jaguaribe e açudes como o de Quixadá, aos pés da Galinha Choca, e do magnífico Orós.
Os filhos do casal assistiram inocentes o choque de mundos tão diversos e egocêntricos que se confrontavam. A ruptura deste seio familiar foi o debut destas crianças que iriam percorrer não as mesmas estradas dos seus pais, mas um caminho de dificuldades que seriam transpassadas pela fé inerente ao povo cearense.
Fortaleza, 27.04.18
Faz parte da antologia da Sobrames nacional 2018

Conto A Metitocracia e a Fábula



Passo mais tempo no meu trabalho do que em minha casa, então, o meu lar é o meu trabalho! Estranho notar que após trabalhar,ininterruptamente, por anos a fio, percebo-me mais ligado afetivamente ao meu trabalho do que minha casa. Preciso diferenciar bem estes termos já que a conversa gira em torno disto.
Importante diferenciar o trabalho e o emprego. O trabalho existe desde os primórdios quando o homem começou a mudar o meio ambiente em benefício próprio. Algumas vezes, o termo trabalho é utilizado para designar o local em que o indivíduo exerce o seu emprego como o supermercado é o local de trabalho do funcionário que trabalha como caixa da empresa. O emprego, via de regra, é o tempo gasto pelo trabalhador em troca de uma remuneração. Desta forma ele vende parte do tempo da sua vida, seu  esforço físico ou cognitivo em troca de outros valores estipulados como dinheiro, bens duráveis como uma casa ou mesmo um trabalho de outra pessoa, que possa estar necessitando, como um médico ou uma faxineira. O termo emprego foi sendo elaborado, juntamente, com o desenvolvimento da revolução industrial que tomou conta de países europeus, inicialmente,  Inglaterra, a partir, aproximadamente, de 1760. O dinheiro entrou no meio destas relações para facilitar este processo.
Sobre casa, não me refiro somente a construção que lembra quatro paredes com uma porta e uma janelhinha ao lado com vários cômodos entremeados em seu espaço interno. Meu interesse é citar a definição de lar, local onde posso morar sozinho, dividindo despesas com amigos ou com uma família, onde tenho um guardaroupa com minhas vestimentas ou a cama que costuma repousar.
Bem, voltando ao início, ouso me questionar o que é meu lar ou meu trabalho. Sinto esta necessidade de definir isto, pois pode me trazer profunda calma ou atroz angústia as concepções diferentes que podem preencher estes dois temas. Desde pequeno, ora ouço falar que o trabalho dignifica o homem, ou que o trabalho é uma benção de Deus para as nossas vidas como é citado no livro de Lucas capítulo 10 versículo 7 “...pois o trabalhador merece o seu salário”, ou mesmo citações de grandes pensadores como Voltaire, “o trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade”; ora ouço inúmeros males provocados pelo rítmo frenético que reveste o ato de labutar: Burnout, esgotamento físico, estresse são consequências citadas frequentemente. Assédio do patrão ou colegas de trabalho, desconto do salário devido atrasos no ponto ou férias não concedidas somam-se a inúmeras relações negativas que são citadas rotineiramente pelos bilhões de empregados que existem no mundo. Em gênesis 3-19 “com o suor do teu rosto você comerá o seu pão”, isto é, o que era uma alegria, após o pecado, tranformou-se em fadiga. Criou-se portanto uma relação conflituosa entre orgulho e sofrimento no ambiente de trabalho dos terráqueos.
Por inúmeras vezes, detenho-me com indagações indeléveis como: quando o trabalho passou a ser necessário$ Imagino várias formas de homens primatas, não necessariamente macacos, homens sem vestígios de saberes tecnológicos que possam ser evidenciados nas suas vestimentas, acomodações, ferramentas, enfim, sendo acometidos por necessidades várias, por exemplo, talvez um alimento desejado que ele não possua ou tenha dificuldade em obtê-lo e desenvolve uma atividade que possa satisfazer o possuidor de tal iguaria a se sentir tentado a fazer uma troca justa entre ambos. Formas primárias de comércio entre os homens em que era estipulado o escambo, isto é, troca de mercadorias entre as pessoas. Se eu fosse um pescador, passava horas, dias no mar ou rios em busca de peixes que pudessem ser interessantes para alguém que possuísse algo de interesse para mim para permutar; uma troca simples.  Pronto, nascia o escambo. De certa forma, havia um prazer intrínseco nesta ação já que o ganho final era evidente, imediato e, muitas vezes, poderia custar a sua sobrevivência. Talvez, alguns homens conseguissem carnes através da pesca ou caça, mas outros, por motivos como doença, sequelas de traumas ou mesmo medo de enfrentar outros animais, preferissem ir atrás de frutas, verduras espalhadas nas florestas e matas para poder fazer um banquete onde todos dividiriam o alimento ou haveria uma troca baseado no esforço que cada uma havia despreendido para conseguir o dito alimento.
O trabalho enobrece ou é um fardo$ É intrigante imaginar em qual momento começou-se a relacionar o trabalho com sofrimento. Talvez, este conceito perpetrou-se através das civilizações que adotaram a escravidão, servidão, principalmente, após as guerras quando os derrotados teriam que trabalhar de graça para o seu “dono”. Difícil imaginar em qual grupo de homens de qualquer continente nestes 10 000 anos aproximados da presença humana na terra tenha desenvolvido o trabalho como uma ação inerente e consequente a sua vida de tal forma que não há prazer nem sensação de exploração: um simples ato de viver em harmonia consigo e criando relações com a sociedade presente já que os seus atos são entendidos como parte de um processo de que pertence ao seu meio.
Imaginando essas linhas do tempo, diversos modelos de figuras humanas entremeadas por suas paisagens típicas, suas vestimentas peculiares em seus afazeres mundanos e necessários me sobrevem a notícia incolúme da preguiça, a adinamia patológica, o contrafluxo do progresso. Nunca ouvi debate semelhante desta pretensa fagulha que gerou diversos estorvos no processo de gerar bens, riquezas, desenvolvimento ao longo da história: por algum motivo ou questinamento, a preguiça, considerada um pecado capital, enche de furor diversos seguimentos populacionais e o embate contra o natural processo do trabalho nasce. De repente, o processo milenar, alguns diriam, biológico, de transformar em líder o mais capaz, como o lobo mais sagaz que guia a sua matilha, ou a fêmea ou macho que busca o melhor da sua raça para poder procriar e, assim, gerar descendentes mais capazes para sobreviver as intepéries do meio que os cercam se transforma em discurso de ódio e a humanidade envenenada por desconhecer a história, abraça a causa da preguiça. Subitamente, aquela pessoa que se esforça dia a noite para aperfeiçoar seu conhecimento para interagir mais eficientemente para a sociedade e que, naturalmente, deveria ser reconhecida por seus méritos escassos no nosso meio, como um dom desenvolvido, perde-se em meio ao numerosos preguiçosos que desenvolvem um hino que é repetido á exaustão que fala de direitos e deveres para todos e nas entrelinhas adverte da necessidade de que todos, incluindo os esforçados trabalhadores e estudantes e, por outro lado, os preguiçosos, piores alunos, tem o direito de receber suas remunerações igualmente. Assim como, todos os que produzem, estudam ou criam soluções para o aperfeiçoamento da sociedade como um todo, dito trabalhadores, tem o dever de dividir seus pertences, seus bens, seu tempo para aqueles que não querem labutar, ou que passam a maior parte do seu tempo incitando ódio dentro de empresas, grupos de trabalho ou em coopertativas sem fim.
Em uma era em que a pregriça, não o animal, tomou lugar do trabalho, provas incontestáveis vem a tona  para explicar tal anormalidade: a criminiladade vem a tona já que é mais fácil roubar do que trabalhar. É gritante a defesa destes meliantes por grupos de pessoas que esquecem do lastro de sangue e dor que eles deixam.  Conseguem transformar a percepção da realidade ao se fazer notar a brutalidade da polícia em contraponto do romantismo do bandido. Incia-se um processo de descaracterização do termo bandido, pois traz traumas profundos traumas ao fora da lei que insiste em seguir suas próprias regras causando destruição por onde passa. O bandido, através de filtros interpostos dos preguiçosos transvestidos de direitos humanos, transforma-se em mártir da sociedade dos oprimidos.
Há uma linha de pensamento que concorda que devemos receber ou colher o que plantamos; quem trabalha na agricultura sabe disso. Há outros exemplos: quem se alimenta evitando excessos de açucares e gorduras e faz exercíos regularmente tende a ter um corpo mais sadio evitando a obesidade, uma epidêmica patologia limitante da saúde pública. Há fábulas que cantam diversos exemplos semelhantes de prêmios que seguem o esforços como a moral da história da cigarra e a formiga referida como obra de  Esopo da grécia antiga e encontrada escrita por Jean de La Fontaine nos idos do século XVII. Ora vejam, que todos torcem pela formiga e concordam com o esforço desta em contrapartida daquela cigarra que se divertia ao bel prazer dos sabores que o mundo oferece, mas, no fim, enfim, encontra-se desesperada pois não foi sábia para preparar para o futuro ou para uma infortúnia privação.
Aqui eu volto para as minhas viscerais elocubrações a despeito do meu emprego. Quantas vezes fui homenageado por estudar muito para poder passar no vestibular e criticado pelo mesmo ato. Cedia em momentos de cansaço físico e mental e procurava descansar em noites regadas a álcool e ressacas que duravam dias. As palmas viam das formigas e das cigarras, o mesmo som, não era possível diferenciar. Depois que passou o inverno é que entendo o olhar penetrante das formigas, como a minha mãe, que enxergava quatro décadas após, sabia da necessidade de plantar boas sementes, regar regularmente, para poder ter uma boa safra. Consigo meu emprego e me envolvo completamente. Faço inúmeros cursos de aperfeiçoamento, congressos com um dedicação sentimental e gosto quando sou recompensado por isto. Receber o meu salário no final do mês compensa todo o tempo que trabalhei, na verdade, é uma consequência. Não consigo passar muito tempo sem trabalhar, talvez por isso que me atormenta ver tantos colegas reclamando do seu emprego e falando da utópicas virtudes das férias intermináveis.
                Conheço uma história de uma senhora, avó de muitos netos que detinha uma característica peculiar, não falava palavras torpes. Certa vez, seus netos quiseram pregar uma peça na amável avó: perguntariam qual a opinião dela sobre o diabo e, desta forma, não teria como ela não referir um nome bem feio. Quando chegou o jantar, todos já eufóricos, aguardam o término da degustação da sobremesa de banana com cravo que a vovozinha costumava servir e, todos reunidos em um canto da mesa quase que deixando a senhora sem ter para aonde ir, perguntaram o que ela achava do diabo; ela pensa, senta um pouco e, quando todos já no regojizo de conseguirem vencer a pobre vovó, ouvem essa, “o diabo é persistente”, reflete a indomável anciã.
                A cigarra é persistente, mas ainda prefiro fazer do meu trabalho a minha casa, enfim.
Meritocracia: termo utilizado pela primeira vez por Michael Young, no livro “Rise of the Meritocracy” (“Levantar da Meritocracia”, em português), publicado em 1958.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Antologia Cearenses Voltados para a Cultura - lançamento dia 03.07.18


Segue em anexo o convite para o lançamento da nossa primeira Antologia. Será no mesmo dia da nossa sessão ordinária mensal, dia 03/07/18, às 19:30h. 
Favor atentar que o encontro será na Casa do Leão - Rua João Cordeiro, 2181 - Aldeota.