quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Poema - Peixe-borboleta

Um turbilhão qualquer se abate sobre mim
Mil destroços plainam no ar
É fulgurante traição em si
Deflorada ambição me corroendo

Não lutas por teus botões
Vejo alianças de sangue derramando
Nós não somos mais do Havaí
Peixes-borboletas

Somente escaras e lacerações em nossa união
Difícil para eu compreendê-la
Suplico, me ame, mude
Para longe do meu perfume, vicissitude

No início pétalas, agora, espinhos
Esporões novos como o meu contento
De flagrar-te me humilhando
E eu encontrando forças para libertar-me

Você foi tudo, hoje...
Sumo de você, meu sumo
Sem soslaios amargurantes
Não padeço assim

Sem sofrimentos é meu desejo
Vim buscar-te mais uma vez
Te lembras?
Os peixes-borboletas nunca se separaram
09.08.98