quarta-feira, 11 de maio de 2011

SP deve ficar fora da Copa das Confederações



O estádio do Itaquerão, na Zona Leste de SP, teria capacidade para 65 mil lugares


São Paulo pode ficar fora da Copa das Confederações, que acontece um ano antes da Copa do Mundo de 2014. É o que garante o ministro dos Esportes, Orlando Silva.
– Se o estádio do Corinthians não ficar pronto, acredito que São Paulo fica fora da Copa das Confederações.
O ministro, que participou de seminário organizado na Assembleia Legislativa, criticou a demora na construção do chamado Itaquerão, na Zona Leste da cidade. O estádio teria capacidade para 65 mil lugares e, por isso, condições de abrigar a abertura da Copa.
– O que eu sustento é que não é razoável que a Fifa beneficie uma cidade que não cumpriu o acordo feito anteriormente. Não faz sentido fazer a Copa das Confederações em um estádio que não vai servir para a Copa do Mundo.
Esta semana, o ministro disse que o Estado de São Paulo precisa “apertar o passo” nas obras se quiser sediar a abertura da Copa do Mundo.
O Ministério Público, o Corinthians e a Prefeitura de São Paulo firmaram, nesta semana, um acordo judicial que garante ao clube a manutenção da concessão do terreno que ocupa desde 1988, podendo usufruir dele até 2078. Em contrapartida, o time alvinegro terá que investir R$ 12 milhões até 2019 na realização de obras sociais.
A revista Economist, em sua edição desta quinta-feira, disse que no atual ritmo de preparos, os brasileiros pagarão um preço alto para garantir a infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014.
A reportagem cita os atrasos na adequação e na construção de aeroportos e estádios e lembra que “São Paulo ainda nem começou a construir a arena que deve abrigar a partida inicial” da Copa. Além disso, “a maioria dos aeroportos do Brasil já está operando acima de sua capacidade normal” para atender o crescimento da demanda interna.
Em entrevista à reportagem da Economist, o especialista em infraestrutura Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, disse que é importante ser realista quanto ao que poderá ser concretizado até 2014.
Ainda que novos terminais, pistas e aeroportos sejam necessários para satisfazer a demanda doméstica, “se continuarmos a dizer que tudo vai estar pronto até a Copa, arriscamos fazer papel de bobos”, declarou Resende, defendendo ajustes temporários para o evento esportivo, como adaptações em balcões de check-in e em estacionamentos de aeroportos e o uso de aviões menores.
A revista cita também o consultor de aviação Respicio Espírito Santo, que se diz preocupado com a possibilidade de o governo, na pressa para concluir obras, usar dinheiro público indiscriminadamente ou ser leniente quanto a regras de construção.
– O Brasil pode conseguir se aprontar para o chute inicial, talvez com menos estádios que o planejado, mas parece que deverá pagar um preço alto para um torneio bem-sucedido –, concluiu a Economist.

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