São Paulo pode ficar fora da Copa das Confederações, que acontece um ano antes da Copa do Mundo de 2014. É o que garante o ministro dos Esportes, Orlando Silva.
– Se o estádio do Corinthians não ficar pronto, acredito que São Paulo fica fora da Copa das Confederações.
O ministro, que participou de seminário organizado na Assembleia Legislativa, criticou a demora na construção do chamado Itaquerão, na Zona Leste da cidade. O estádio teria capacidade para 65 mil lugares e, por isso, condições de abrigar a abertura da Copa.
– O que eu sustento é que não é razoável que a Fifa beneficie uma cidade que não cumpriu o acordo feito anteriormente. Não faz sentido fazer a Copa das Confederações em um estádio que não vai servir para a Copa do Mundo.
Esta semana, o ministro disse que o Estado de São Paulo precisa “apertar o passo” nas obras se quiser sediar a abertura da Copa do Mundo.
O Ministério Público, o Corinthians e a Prefeitura de São Paulo firmaram, nesta semana, um acordo judicial que garante ao clube a manutenção da concessão do terreno que ocupa desde 1988, podendo usufruir dele até 2078. Em contrapartida, o time alvinegro terá que investir R$ 12 milhões até 2019 na realização de obras sociais.
A revista Economist, em sua edição desta quinta-feira, disse que no atual ritmo de preparos, os brasileiros pagarão um preço alto para garantir a infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014.
A reportagem cita os atrasos na adequação e na construção de aeroportos e estádios e lembra que “São Paulo ainda nem começou a construir a arena que deve abrigar a partida inicial” da Copa. Além disso, “a maioria dos aeroportos do Brasil já está operando acima de sua capacidade normal” para atender o crescimento da demanda interna.
Em entrevista à reportagem da Economist, o especialista em infraestrutura Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, disse que é importante ser realista quanto ao que poderá ser concretizado até 2014.
Ainda que novos terminais, pistas e aeroportos sejam necessários para satisfazer a demanda doméstica, “se continuarmos a dizer que tudo vai estar pronto até a Copa, arriscamos fazer papel de bobos”, declarou Resende, defendendo ajustes temporários para o evento esportivo, como adaptações em balcões de check-in e em estacionamentos de aeroportos e o uso de aviões menores.
A revista cita também o consultor de aviação Respicio Espírito Santo, que se diz preocupado com a possibilidade de o governo, na pressa para concluir obras, usar dinheiro público indiscriminadamente ou ser leniente quanto a regras de construção.
– O Brasil pode conseguir se aprontar para o chute inicial, talvez com menos estádios que o planejado, mas parece que deverá pagar um preço alto para um torneio bem-sucedido –, concluiu a Economist.
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