sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Artigo - Aumento da Mortalidade Infantil

Aumento da Mortalidade Infantil 
por Edmar Fernandes

Mais um dado vergonhoso para a saúde pública brasileira, particularmente, a cearense. Registrado um aumento da taxa de mortalidade infantil que expressa as mortes das crianças que morrem antes de completar 1 ano de vida. Em 2016, houve aumento de 5% desta taxa, passando de 13,3 para 14 em cada 1000 nascidos vivos. O município de Aquiraz, no Ceará, representa bem o descaso da gestão pública da saúde no nosso estado: somente 36% dos 80000 moradores têm esgoto sanitário adequado enquanto que a média nacional é de 52%; o acesso à água potável é de 32% (média brasileira é de 97%); cobertura vacinal menor que 60% e associado à diminuição de leitos na cidade de oito para cinco, justificam Aquiraz ter o maior índice de mortalidade infantil do Brasil 24,9 para cada 1000 nascidos vivos.
A dificuldade ao acesso aos serviços hospitalares dificulta o diagnóstico e adequado tratamento das crianças contribuindo na mortalidade infantil. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) revela que, entre 2010 e 2016, o estado do Ceará diminuiu 665 leitos pediátricos, passando de 3292, em 2010, para 2627, em 2016, perda aproximada de 20%. Nos hospitais particulares a redução foi ainda maior chegando a 33% no mesmo período. Fortaleza fechou 441 leitos de internação pediátrica entre 2010 e 2016, representando uma diminuição de 35%.
Em muitas emergências voltadas para o atendimento das crianças não se encontra um pediatra que é o profissional adequado e preparado para atender esta parcela sensível da população.
Existem outros fatores externos que contribuem com a taxa de mortalidade, como a violência que tem aumentado nos últimos anos.
São inúmeras causas para justificar o aumento da mortalidade infantil. As soluções propostas são evidentes e podemos citar algumas. Investimento em saneamento básico diminui, significativamente, as doenças infectocontagiosas que são uma grande causa de morbimortalidade infantil. Treinamento dos gestores de saúde para priorizar a vacinação, contratação de pediatras para atender nas emergências pediátricas e a maior oferta de leitos pediátricos, incluindo de UTI, são medidas que trariam impacto em médio e longo prazos no devido controle e diminuição da mortalidade infantil no Ceará e no Brasil.

https://youtu.be/DYY9uxUv8UU

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