A morte de uma fã em um show da cantora Taylor Swift no Rio de Janeiro, supostamente, devido o calor, deixou em alerta todos os brasileiros. A jovem teria tido uma parada cardiorrespiratória logo no início do show e relatos apontam que no local do show as pessoas estavam com dificuldades para conseguir água. No dia do show, o Rio de Janeiro chegou a uma temperatura máxima de 39,1°C.
Nos últimos dias está sendo
constante nos noticiários a abordagem de assuntos referentes a onda de calor
que o Brasil está passando, mais acentuada em algumas regiões. A classificação
de onda de calor é bastante variada, mas é possível definir quando a
temperatura absoluta (tanto a mínima quanto máxima) excede os valores normais
para a região, por no mínimo, 3 dias consecutivos.
Quando as temperaturas estão
elevadas, existem várias queixas como, excesso de sede, suor, irritabilidade e até
sintomas mais graves, como fadiga em exposição prolongada a atividades físicas e
mesmo no trabalho quando a temperatura se situa até os 32° C. Quando a temperatura
se situa entre 32,1° a 41°C existe a possibilidade de cãibras, esgotamento e
insolação para exposições prolongadas e atividade física. A insolação causa um
aceleramento da desidratação do indivíduo, principalmente se tiver exposições
ao sol por longos períodos podendo ocasionar queimaduras extensas na pele
também.
Na medida que a temperatura vai
se elevando, piores serão os sintomas sentidos pelos indivíduos. Os adultos são
os que mais suportam estas variações de temperatura, sendo que as crianças e
idosos fazem parte da população que mais sofre com o calor excessivo. Outro
aspecto que deve ser lembrado é que a temperatura interna de alguns locais ou
mesmo em áreas expostas pode ser mais elevada que as registradas oficialmente, pois
pode ter baixa ventilação. Quando o indivíduo está fazendo atividade física que
eleva a temperatura corpórea ou mesmo quando uma pessoa está usando grande
volume de roupa que dificulta o resfriamento do corpo também.
Existem evidências relacionadas entre
o aumento de mortalidade e o calor. Os efeitos na saúde parecem estar
associados à exposição do corpo humano a temperaturas elevadas e prolongadas
acima das quais a população está habituada. Entre as causas de morte associadas
à onda de calor destacam-se doenças do aparelho cárdio circulatório,
principalmente devido a hipertensão, doenças cerebrovasculares, doenças do
aparelho respiratório, com destaque para as pneumonias, e até neoplasias
malignas foram citadas em estudos.
As
doenças e a mortalidade associadas ao calor podem ser evitadas através de alteração
do comportamento como beber bastante líquidos, uso de ar-condicionado e evitar
excesso de roupas que possam reter o calor do corpo, dificultando seu
resfriamento. Sendo um assunto de importância para a saúde pública, é
necessário desenvolver modelos de previsão climáticos e tomadas medidas de
prevenção, tanto a nível social, como de emergências hospitalares, de forma a
prevenir as manifestações graves e até mesmo a mortalidade.
Edmar Fernandes de Araujo Filho
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